Sete pessoas morreram em Coari, no Amazonas, por falta de oxigênio. A informação foi dada pela prefeitura do município, que fica a 450 km de Manaus pela via fluvial. De acordo com a nota, os pacientes internados com Covid-19 no Hospital Regional da cidade morreram porque a entrega dos cilindros de oxigênio atrasou.
Segundo o texto, Coari deveria ter recebido 40 cilindros de oxigênio na segunda-feira (18), mas a aeronave que levaria os tanques acabou viajando para Tefé (AM) e ficou impossibilitada de retornar, pois o aeroporto não aceita voos noturnos. Então, a carga foi enviada de lancha de Tefé para Coari, mas a saída da embarcação atrasou.
De acordo com a nota da prefeitura, o hospital teve estoque de oxigênio até às 6h da manhã e os novos cilindros chegaram apenas às 7h.
O texto culpa falhas de planejamento da Secretaria de Saúde do Amazonas pela falta do insumo, o que prejudicaria as medidas de combate à Covid-19 no município. Segundo a nota, 200 cilindros do Hospital Regional de Coari estão retidos pela Secretaria da Saúde — e parte deles estaria aguardando o abastecimento. A prefeitura acusa a o governo de distribuir a outra parte a Unidades Básicas de Saúde ou (UBS) de Manaus.
Após as mortes, uma multidão foi até a porta do hospital para protestar.
Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) lamentou o ocorrido no município de Coari. “A SES-AM informa que, por opção do município, o sistema de saúde na cidade é independente, sendo a gestão plena da Prefeitura Municipal. Ainda assim, o Governo do Estado nunca se furtou de auxiliar a administração local, entre outras coisas, com o fornecimento de oxigênio”, diz o comunicado.
A SESMA culpou a empresa White Martin pelo atraso na liberação dos cilindros, o que impossibilitou o envio da carga em um voo direto. Por conta disso, o oxigênio foi enviado a Tefé e de lá seria transportado de lancha até Coari.
“A transferência dos cilindros de lancha para Coari-AM foi alinhada com a cooperação da prefeitura de Tefé e, de acordo com a Secretaria Executiva Adjunta do Interior, da SES-AM (SEAI-SES/AM), houve um novo atraso na saída da lancha para Coari, o que contribuiu também para que a chegada do material não ocorresse no tempo necessário”, explica a secretaria na nota.
Por O Globo