POLÍTICA

Bomba: Suspeito de matar o agiota Pacovan cita em carta nomes de Marcus Brandão e Iracema Vale

Clima esquenta no Parque do Rangedor e no Palácio dos Leões, tirando o sono de muita gente governista.

A morte do agiota Josival Cavalcanti da Silva, o Pacovan, pode respingar em duas figuras de peso da política maranhense: a presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB), e o presidente estadual do MDB, Marcus Brandão.

Uma carta escrita de próprio punho por Francisco Heydyne do Nascimento, preso na Penitenciária de Pedrinhas e acusado de participação no assassinato de Pacovan, traz menções aos dois políticos e descreve, segundo fontes ligadas à investigação, detalhes da suposta rede de influência e movimentação financeira que operava no Maranhão.

Heydyne é marido de Fernanda Costa, apontada como braço direito e “fiel depositária” de bens do agiota. O casal é investigado pela Polícia Civil do Maranhão pela morte de Pacovan, ocorrida em junho do ano passado, mas apenas Heydyne permanece preso, aguardando julgamento.

De acordo com relatos de dentro do sistema prisional, após chegar a Pedrinhas, Heydyne teria sofrido ameaças de morte e passou a receber proteção de Gilbson Cutrim, condenado por envolvimento no caso Tech Office, que vitimou o empresário João Bosco. Temendo pela própria vida, Heydyne teria redigido a carta detalhando o funcionamento do esquema de Pacovan e pediu a Gilbson que a guardasse em segurança — “caso algo lhe acontecesse”.

A carta acabou sendo entregue à Polícia Federal, que investiga sua autenticidade. Com a federalização do caso Tech Office, os autos estão sob relatoria do ministro Humberto Martins, no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O documento contém, segundo fontes, uma série de citações a servidores da Assembleia Legislativa e menções a transferências de valores envolvendo Marcus Brandão e Iracema Vale — o que ainda precisa ser confirmado oficialmente pela perícia.

Na última semana, o Supremo Tribunal Federal (STF) também determinou, por meio do ministro Cristiano Zanin, a quebra do sigilo telefônico de Pacovan, com o objetivo de resgatar mensagens e ligações que possam revelar a rede de contatos e a atuação financeira do agiota.

As duas investigações — a do caso Pacovan e a do Tech Office — parecem agora convergir. A carta mencionaria, inclusive, suposto transporte de dinheiro em avião e depósitos em contas ligadas a pessoas e empresas no Maranhão.

O site Os Analistas informou ter tido acesso a um trecho do documento, no qual constariam nomes de servidores contratados pela Assembleia Legislativa que foram exonerados logo após a morte de Pacovan. Veja a carta na íntegra abaixo.

Caso a autenticidade da carta e das informações seja confirmada pela Polícia Federal, o Maranhão poderá estar diante de um dos maiores escândalos políticos de sua história recente.

Por Os Analistas

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