Ferry Boat da Servi Porto encalha em arrecife de pedras próximo ao porto de Cujupe
Incidente aconteceu por volta das 4h da madrugada e passageiros enfrentam tensão à espera de resgate.

Tragédia anunciada. Na madrugada desta sexta-feira (3), o Ferry Boat Cidade de Araioses, da empresa Servi Porto, administrado pela Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), que havia partido do terminal da Ponta da Espera, em São Luís, às 3h, encalhou nas proximidades do Farol de Itaúna, próximo à entrada do canal que dá acesso ao terminal do Cujupe, em Alcântara.
O impacto da embarcação contra as pedras acabou deslocando carros que estavam no interior do ferry, causando prejuízos materiais significativos. Veículos bateram entre si e tiveram latarias danificadas. Segundo relatos, o comandante teria cochilado durante a condução da embarcação, desviando-a do canal de navegação e provocando o acidente. Ninguém ficou ferido, mas a estimativa é que a retirada da embarcação só seja possível por volta das 15h, em razão da tábua de marés.
A embarcação permanece no local e a expectativa é de que um rebocador seja enviado para tentar o resgate. No entanto, a maré em processo de vazante pode dificultar ainda mais a operação. Há também preocupação quanto à integridade do casco, já que o impacto foi forte e pode ter causado avarias.
De acordo com passageiros, o clima dentro do ferry é de tensão e apreensão diante da demora no socorro e da falta de informações claras sobre o tempo de espera. A Emap divulgou uma nota considerada superficial e distante da realidade vivida a bordo.
O transporte por ferry boat é um dos principais meios de ligação entre São Luís e a Baixada Maranhense, sendo amplamente utilizado por moradores e viajantes. O caso reacende o debate sobre a segurança e a manutenção das embarcações que operam a rota, marcadas por precariedade e constantes denúncias de falhas.
As embarcações sucateadas e a sobrecarga de trabalho dos funcionários — muitos atuando além do permitido pela lei — aumentam o risco de acidentes. Enquanto as autoridades fingem fiscalizar e o governo do Maranhão mantém a exploração de um serviço caro e precário, tragédias maiores podem acontecer.
Vale lembrar que os passageiros, apesar de pagarem caro pelas passagens, não têm direito a seguro. A pergunta que fica é: quem vai arcar com os prejuízos desta vez?