ALEMA-MA

Iracema Vale torra quase R$ 20 milhões com aluguel de helicóptero

Contrato com empresa de táxi aéreo mais que quadruplicou e levanta suspeitas de superfaturamento

Se fossem Flávio Dino ou até mesmo o presidente Lula os responsáveis por torrar quase R$ 20 milhões com aluguel de helicóptero, os deputados Yglésio Moyses e Mical Damasceno já teriam subido à tribuna da Assembleia Legislativa para vomitar sua tradicional pureza moral. Mas como a despesa astronômica partiu da presidente da Alema, deputada Iracema Vale (PSB), o silêncio reina absoluto nos corredores do parlamento maranhense.

Envolvida em processos e denúncias judiciais, Iracema se vê agora no centro de mais uma polêmica com indícios de desperdício de dinheiro público. Um contrato firmado entre a Assembleia Legislativa do Maranhão e a empresa North Star Táxi Aéreo Ltda, no valor inicial de R$ 3,84 milhões, previa o fretamento de um helicóptero com piloto e combustível incluídos para atender às demandas de transporte da presidência e dos deputados em agendas oficiais. No entanto, com sucessivos aditivos, os gastos saltaram para quase R$ 20 milhões.

A escalada no valor do contrato gerou críticas e levantou sérias suspeitas de superfaturamento. Segundo especialistas do setor aéreo ouvidos pelo Portal G7, o valor médio cobrado por hora de voo para esse tipo de helicóptero gira entre R$ 7 mil e R$ 8 mil. Mas, no contrato da Alema, o custo por hora pode chegar a R$ 16 mil, mais do que o dobro do praticado no mercado. A discrepância acendeu o alerta entre servidores públicos e a população, que enfrenta serviços precários em áreas essenciais como saúde, educação e infraestrutura.

Outro ponto que causa estranheza é a falta de transparência. Até o momento, a Assembleia não divulgou quantas horas de voo foram utilizadas, quais parlamentares fizeram uso da aeronave, nem os destinos percorridos. A justificativa genérica do contrato fala apenas na necessidade de deslocamentos rápidos dentro e fora do estado para compromissos legislativos urgentes.

Procurada pela reportagem, a assessoria de comunicação da Alema não apresentou nenhum esclarecimento sobre os critérios de escolha da empresa contratada, tampouco forneceu informações sobre a execução do contrato ou o uso detalhado da aeronave.

Profissionais da aviação consultados pelo G7 classificaram o contrato como “desproporcional” diante da realidade socioeconômica do Maranhão e dos valores praticados nacionalmente. Segundo eles, os custos são “injustificáveis”, sobretudo para uma estrutura legislativa estadual.

Diante da ausência de respostas, o Portal G7 protocolará pedidos de informação via Lei de Acesso à Informação (LAI) junto à própria Alema e à Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), para obter dados sobre o contrato, número de horas voadas, trajetos e parlamentares que usufruíram do serviço.

Seguiremos acompanhando o caso e atualizando os leitores assim que novas informações forem oficialmente disponibilizadas.

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