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Bolsonaro paga R$ 1,3 milhões a influenciadores para defender atendimento precoce contra Covid-19

Além de gastar dinheiro público com mentiras, Bolsonaro cometeu crimes ao incentivar o povo tomar remédio sem prescrição

O Governo Federal investiu R$1,3 milhão em ações de marketing com influenciadores digitais sobre a Covid-19. O montante gasto pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria de Comunicação (Secom) inclui R$ 85,9 mil destinados ao cachê de 19 famosos contratados para divulgar as campanhas em suas redes sociais, segundo publicou a Agência Pública com dados obtidos através da Lei de Acesso a Informação (LAI).

Entre as ações, há uma contratada pela Secom que pagou um valor de R$23 mil para contratar quatro influenciadores para falar sobre “atendimento precoce”. A verba saiu de um investimento de R$19,9 milhões da campanha “Cuidados Precoces Covid-19”.

Segundo a reportagem da Agência Pública, a Secom orientou a ex-BBB Flávia Viana, além dos influenciadores João Zoli, Jéssika Taynara e Pam Puertas a fazer um post no feed e seis stories em suas contas no Instagram dizendo para os seguidores que, caso sentissem sintomas da covid, era “importante que eles procurassem imediatamente um médico e solicite um atendimento precoce”.

Os quatro influenciadores foram orientados a se guiar por um texto que dizia: “Hoje quero falar de um assunto importante, quero reforçar algumas formas de se prevenir do coronavírus. Vamos nos informar e buscar orientações em fontes confiáveis. Não vamos dar espaços para fake news. Com saúde não se brinca. Fiquem atentos! E se identificar algum sintoma como dor de cabeça, febre, tosse, cansaço, perda de olfato ou paladar, #NãoEspere, procure um médico e solicite um atendimento precoce”.

Ainda segundo a reportagem, o material contratado não trazia menção ao “tratamento precoce” para Covid-19 com uso de medicamentos como cloroquina e ivermectina como já foi defendido pelo presidente Jair Bolsonaro e apareceu numa orientação editada pelo Ministério da Saúde, em maio de 2020, que indicava o uso de cloroquina desde os primeiros sintomas da doença.

No próprio texto de orientação que está atualmente no ar no site do governo os termos “atendimento” e “tratamento” se confundem: “O tratamento precoce comprovadamente aumenta as chances de recuperação e diminui a ocorrência de casos mais graves e, consequentemente, o número de internações”, diz a página do Ministério da Saúde.

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