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Especialistas de Harvard explicam os três possíveis estágios da Covid-19

Trabalho será publicado na revista médica 'Journal of Heart and Lung Transplantation'

Num artigo inédito e que ainda será publicado na revista médica “Journal of Heart and Lung Transplantation”, os médicos Hasan Siddiqi e Mandeep Mehra, da Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard, oferecem um cenário do que se sabe até agora sobre a Covid-19 e a dividem em três estágios.

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Estágio 1 – Brando

Depois que o vírus infecta o corpo, para a maioria das pessoas, há um período de incubação associado a sintomas leves e não específicos, como mal-estar, febre e tosse seca.

Nesse período, o Sars-CoV-2 se multiplica e se espalha pelo sistema respiratório. Como ele invade as células usando como porta de entrada a enzima humana ECA-2, abundante no sistema respiratório, no intestino delgado e em células endoteliais vasculares, surgem sintomas respiratórios e outros não específicos.

O diagnóstico na essa fase é feito por PCR (material genético do vírus) ou serológico (anticorpos). O tratamento é para aliviar os sintomas.

Estágio 2 – Moderado

O vírus continua a se multiplicar e há inflamação localizada no pulmão. O paciente desenvolve pneumonia viral, com tosse, febre e possível hipóxia, isto é, baixa circulação de oxigênio no corpo. A pessoa manifesta falta de ar e os sintomas se agravam, como sensação de profundo cansaço, sem motivo aparente.

Exames como a tomografia computadorizada mostram infiltrações ou opacidade nos pulmões. Testes de sangue indicam algumas alterações, mas a inflamação ainda não é grave.

Nessa fase, muitos pacientes precisarão ser internados. O tratamento é de suporte e pode incluir drogas antivirais. A remdesivir tem sido considerada promissora, mas só está disponível para uso compassionado ou em testes.

Se o oxigênio continua a baixar, a pessoa vai precisar de ventilação mecânica e poderá ser tratada também com drogas anti-inflamatórias, como corticoides.

Estágio 3 – Grave

Nessa fase surge inflamação generalizada. Só uma minoria dos pacientes (entre 10% e 5%) vão evoluir para essa fase, em que a inflamação se espalha pelo corpo. Isso acontece devido à resposta descontrolada do sistema imunológico à infecção. As células de defesa começam a liberar em quantidade uma série de substâncias tóxicas, mas em vez de mirar apenas no vírus e células doentes, elas afetam também as saudáveis.

Nesse estágio podem ocorrer choque, falência respiratória e colapso cardiorrespiratório. Como o corpo todo entra em pane, os médicos atuam sobre o sistema imune para tentar reduzir a inflamação antes que ocorra uma falência múltipla de órgãos. O prognóstico nessa fase é ruim.

Por Ana Lúcia Azevedo (O GLOBO)

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