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Palácio dos Leões em chamas: Marcus Brandão jogou gasolina e aliados de Brandão tacaram fogo

Briga por poder causa incêndio político em área de preservação dinista, agora comandada por Carlos Brandão.

E como bem disse o lendário Leonel Brizola, “a política ama a traição, mas abomina o traidor”. A frase sintetiza um princípio pragmático e implacável da política, que prioriza o jogo de poder e os resultados em detrimento da lealdade pessoal. E é justamente a falta de lealdade que vem marcando a atual gestão do governador Carlos Brandão no Maranhão.

Durante discurso na Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (21), o deputado federal Rubens Pereira Júnior anunciou o pedido de exoneração do pai, Rubens Pereira, do cargo de secretário de Articulação Política do Governo do Maranhão. A decisão foi tomada após a divulgação de gravações de conversas entre lideranças comunossocialistas — incluindo o próprio Rubens Júnior — em uma suposta articulação político-jurídica para inviabilizar o governo de Brandão.

“Gravar um aliado é algo repugnante. Meu pai é secretário de Articulação Política do governador. A traição maior é com ele”, declarou o deputado, visivelmente emocionado, atribuindo ao governador e ao seu entorno a autoria das gravações.

Rubens também relembrou a relação política de longa data com Brandão e reforçou que a decisão é definitiva. “Eu nunca imaginei que ele e o irmão dele iriam armar para estar me gravando numa reunião. Quero informar, de forma irrevogável e irretratável, o pedido de exoneração do secretário Rubens Pereira, porque na política é melhor ser traído do que ser traidor”, afirmou.

A crise se agravou com o anúncio do rompimento político do deputado federal Márcio Jerry com o governador Carlos Brandão. Em solidariedade ao grupo comunista, Jerry confirmou a entrega do cargo de secretário das Cidades, ocupado por Robson Paz, como resposta à crise provocada pelas gravações atribuídas a lideranças do campo dinista.

Em discurso na Câmara, Jerry classificou as gravações como “ilegais, clandestinas e imorais”, afirmando que elas configuram “atos de gangsterismo político” supostamente articulados dentro do Palácio dos Leões. “Essas gravações são coisa de bandido. Fomos vítimas de uma armação feita pelo governo do Estado do Maranhão, com participação direta do irmão do governador e suspeita de envolvimento do próprio Brandão”, disparou.

O parlamentar ainda criticou o uso político da máquina pública e acusou o governador de trair os ideais do grupo liderado por Flávio Dino e Lula, responsáveis por sua eleição. Jerry informou que o PCdoB se reunirá nos próximos dias para formalizar a posição do partido diante do rompimento.

A guerra de bastidores instalada no Palácio dos Leões escancara a desintegração da antiga base dinista e a fragilidade política de Brandão, que, ao tentar eleger o sobrinho, Orleanas Brandão para consolidar seu poder, acabou incendiando o próprio castelo.

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