Policial morre na fila de espera por cirurgia na rede pública estadual no Maranhão
Soldado Bruno Almeida aguardava há mais de 30 dias por procedimento considerado urgente
O soldado da Polícia Militar do Maranhão, Bruno Almeida, morreu após mais de um mês internado no Hospital do Servidor, em São Luís, enquanto aguardava transferência para um leito de alta complexidade para a realização de uma cirurgia de urgência. O policial havia sido baleado em serviço, no município de Mirinzal, no dia 16 de agosto.
Desde então, Almeida permanecia internado, à espera de definição da Secretaria de Estado da Saúde (SES) sobre a realização do procedimento. A demora, segundo familiares e colegas de farda, teria sido determinante para o desfecho trágico.
Durante o período de internação, familiares do policial fizeram críticas ao atendimento recebido por Bruno no Hospital do Servidor, em São Luís. Em resposta, a Polícia Militar do Maranhão divulgou uma nota oficial no dia 8 de setembro, afirmando que o militar estava recebendo acompanhamento médico especializado e suporte integral da corporação.
Por se tratar de morte decorrente de disparo de arma de fogo, o corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML). A família, residente no Tocantins, articula junto ao Comando Geral da PMMA o traslado do corpo em aeronave oficial para sua terra natal.
O caso reacendeu o debate sobre a lentidão no atendimento da rede hospitalar do Maranhão, marcada por longas filas de espera para procedimentos de média e alta complexidade. Apenas o deputado estadual Othelino Neto se manifestou publicamente até agora, enquanto lideranças políticas e defensores do governo estadual permanecem em silêncio.
A morte do policial expôs novamente as fragilidades do sistema de saúde pública maranhense, que enfrenta denúncias recorrentes de superlotação, falta de leitos, ausência de medicamentos, e demora em cirurgias e tratamentos considerados urgentes.
Especialistas e críticos da atual gestão afirmam que o setor vive um dos momentos mais críticos das últimas duas décadas, em meio a acusações de uso político da estrutura da Secretaria de Saúde visando as eleições 2026. Existe a suspeita de uso sa SES como ponte para chegar à Assembleia Legislativa.



