Alcântara-MA: Uma cidade considerada um museu a céu aberto
Com rico conjunto arquitetônico que contém mais de 400 prédios históricos e ruínas, Alcântara é uma das cidades tesouro escondidas no litoral norte do Maranhão
Por G1/MA – Localizada no litoral norte, Alcântara é uma das cidades mais importantes para visitar, principalmente se você busca conhecer a história do Maranhão. Entre prédios históricos e ruínas, a cidade é rica em cultura, culinária e abriga uma das manifestações religiosas mais tradicionais do estado, a festa do Divino Espírito Santo.
Com um conjunto arquitetônico com aproximadamente 400 imóveis e ruínas dos séculos 17 e 18, visitar o município é poder se conectar diretamente com o período colonial do país, visitando um museu à céu aberto.
Em 1948, Alcântara recebeu o título de cidade Monumento Nacional, por meio do decreto federal. Mesmo sendo nacionalmente reconhecida como tesouro, a cidade ainda esconde muitas belezas não tão conhecidas por turistas e maranhenses.
Pensando nisso, o G1 Maranhão listou um roteiro completo para quem quer conhecer a cidade e seus encantos.
Como chegar
Para chegar até a cidade, o turista precisa pegar um barco, lancha ou catamarã que partem do Cais da Praia Grande, em São Luís. Os guichês das embarcações abrem uma hora antes do horário de partida.
É possível comprar a passagem de volta para São Luís logo no momento do desembarque em Alcântara. Os horários variam de acordo com a maré, mas há saídas três vezes ao dia. A viagem dura 1h20 e custa R$ 15 por trecho.
Outra forma de chegar até a cidade é pelo Ferry-Boat, uma opção para quem busca mais comodidade e quer passar mais tempo na cidade. A travessia tem 1h 30min de duração e tem partida a Ponta da Espera, sendo realizada em vários horários no dia. O valor da passagem custa R$ 13.
A chegada é no Porto do Cujupe. A partir desse momento, a viagem continua de carro ou van, que custa entre R$15 por trecho.
O trajeto até a cidade é longo, com intervalos entre os transportes e pode levar entre 2h30 e 3h. Esse roteiro não é indicado para uma viagem de bate-volta.
O que ver e fazer em Alcântara
Ao chegar na cidade de barco, o desembarque é pelo Porto do Jacaré. Os visitantes são conduzidos pelo passado colonial, iniciando o passeio pelos principais atrativos de Alcântara.
Seguindo pela chamada Ladeira do Jacaré, logo à direita, fica localizada a Capela de Nossa Senhora do Desterro. O local abriga um imenso sino místico que, segundo a tradição dos moradores, deve ser tocado pelos visitantes que devem fazer um pedido. Além disso, a capela possui um mirante com uma vista para a Ilha do Livramento.
Logo em seguida, fica a praça da Matriz, que abriga a Igreja de São Matias, o cartão-postal da cidade histórica. O monumento é um dos principais pontos de visitação da cidade.
Ainda na praça da Matriz, existem dois pequenos museus. O Museu Histórico de Alcântara, que ocupa o casarão do Barão de São Bento e organiza provas dos tempos áureos da cidade. O museu está aberto para visitação de terça-feira a domingo, das 8h às 12h.
Em outro lado, fica localizado a Casa Histórica de Alcântara, sendo um museu temático que reconstitui a residência da família do comerciante português Antônino da Silva Guimarães, um dos principais moradores da cidade. Mas por conta de uma reforma está fechado para visitação.
Mais à frente, próximo a prefeitura de Alcântara, fica localizada a Rua da Amargura. O local abriga galeria de belas ruínas e o Palácio do Barão de Grajaú.
À direita, estão as ruínas dos palácios do Barão de Mearim e do Barão de Pindaré, sinal que a cidade de Alcântara foi prestigiada durante os tempos do Brasil-Colônia, e estes foram construídos para receber a realeza brasileira.
Com o anúncio da chegada de Dom Pedro II, foi iniciada uma disputa na cidade, entre o Barão do Pindaré e o Barão de Mearim, que queriam impressionar o Imperador do Brasil.
Já em frente ao palácio do Barão de Pindaré, fica a Igreja Nossa Senhora do Carmo, que possui uma rica ornamentação no interior. Ao lado dela, estão as ruínas de um convento carmelita que nunca chegou a ficar pronto.
Continuando o roteiro, o turista deve seguir pela rua da Miritua. Cerca de três ruas à direita, fica a rua do cemitério da cidade, que apesar de estranho, possui duas atrações interessantes. A primeira é a pequena Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, local onde os escravos rezavam.
Durante o passeio, o visitante deve saborear um doce de Espécie. A especiaria é uma espécie de doce de queijadinha de coco. Por ser muito popular, ela é vendida por vários locais da cidade.
Por Nelyane Gomes* (*Estagiária supervisionada por Rafaelle Fróes).