Flávio Dino pode decretar hoje o racha de seu conglomerado político
Reunião desta segunda (31) pode selar racha na base de Flávio Dino, e dificultar sua eleição ao Senado
Uma reunião marcada para esta segunda-feira (31) pode selar um racha na base política de Flávio Dino (PSB) no Maranhão, situação que é acompanhada com preocupação pelo ex-presidente Lula (PT). Como nunca montou grupo, apenas formou um conglomerado de partidos e lideranças, Dino corre o risco de abocanhar a única vaga ao senado nesta eleição.
Dino tem dito que apoiará seu vice, Carlos Brandão (PSDB), como sucessor, o que, se oficializado nesta segunda, deve fazer com que o senador Weverton Rocha (PDT), que esperava o apoio do governador, deixe o grupo e lance candidatura própria. Na última semana, Lula recebeu Dino e Rocha em São Paulo.
Lula é próximo de ambos, o que pode fazer com que tenha palanque duplo com a ruptura, mas também pode gerar situações delicadas. Ele tem dito que torce para acerto que mantenha o grupo unido, o que hoje parece improvável. Lula não apoia PSDB e por esse motivo, Brandão pode ser emprestado ao PSB.
Caso decida ser discreto na disputa, Lula favorecerá Rocha, que acumulou material ao lado do petista ao longo dos anos, diferentemente de Brandão. O senador já tem se embalado como “o melhor amigo de Lula no Maranhão” e isso é comprovado desde a luta contra a cassação de Dilma.
Caso o ex-presidente petista decida participar da disputa, pode ter que dividir atenção entre os dois candidatos, como fez na última semana, dividindo as atenções entre o governador e o senador.
Aliados de Rocha têm dito que Brandão não tem mostrado potencial de crescimento eleitoral e que Dino tem usado um argumento que não combinou com sua base para fundamentar a escolha, o de que o vice-governador estará com a caneta na mão a partir de 31 de março, quando Dino deixará o governo para concorrer ao Senado.
Por Folha de São Paulo