Ministra Damares Alves deu carona a parentes de Michelle Bolsonaro em voo da FAB
Avião foi solicitado para evento em São Paulo mas, à noite, ministra e primeira-dama foram a festa de amigo influencer

O deputado federal Túlio Gadelha (PDT-PE) protocolou nesta segunda-feira uma representação junto ao Ministério Público Federal para a investrigação de possível crime de improbidade administrativa da ministra Damares Alves. A medida foi tomada após o GLOBO revelar que a ministra levou sete parentes da primeira-dama Michelle Bolsonaro de carona em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB).
O voo foi solicitado por Damares com a justificativa de ir a um evento do Pátria Voluntária, programa social coordenado por Michelle, que também estava na aeronave. As duas, entretanto, também participaram de uma festa de aniversário em São Paulo, do maqueador Agustin Fernandez, que também pegou carona no retorno a Brasília no avião da FAB.
— Esse descaso com recurso público parece ter se tornado uma corriqueira da equipe do governo Bolsonaro. Em setembro, o Ministro da Saúde levou seus familiares e parentes de outras autoridades em ao menos 20 voos — afirmou o deputado.
O avião deixou Brasília com 16 passageiros, incluindo Sarita Pessoa, mulher do ministro do Turismo, Gilson Machado. No dia seguinte, na volta para a capital federal, o grupo se manteve: a filha mais velha, três irmãos, uma cunhada e dois sobrinhos de Michelle embarcaram. Fernandez, o aniversariante, também pegou carona no voo oficial de retorno.
— O governo Bolsonaro precisa dar satisfação aos brasileiros sobre essa farra de viagens com recurso público, principalmente, aos seus eleitores que votaram no presidente acreditando que não iria ter “mamata”. Pelo visto, a mamata tá nas alturas — disse Gadelha.
Ouvida pelo GLOBO, a advogada Vera Chemim, mestre em direito público administrativo, a afirmou que a situação pode ser um caso de infração aos princípios da moralidade e da impessoalidade da administração pública.
— Você está usando um bem público, que tem que ser utilizado estritamente para o exercício da função pública daquela pessoa. Eu colocaria a moralidade e a impessoalidade (como princípios violados).
Por Dimitrius Dantas