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Novo diretor-geral da PF só virou delegado por decisão judicial

Rolando de Souza ficou reprovado no exercício físico e exame psicotécnico

Rolando de Souza, novo diretor-geral da Polícia Federal, foi reprovado no exame de aptidão física da corporação e só conseguiu uma vaga no concurso para delegado por meio de decisão judicial.

Souza participou do certame de 2004. Na ocasião, segundo os avaliadores, ele não conseguiu fazer corretamente duas barras fixas, previstas no edital, e teria sido eliminado.

Souza entrou na Justiça e alegou que havia cumprido a tarefa como fora determinado. Argumentou ainda que, na mesma época, prestou concurso para agente da PF e foi aprovado nas avaliações físicas, além de ter ficado em 9º lugar na classificação geral da Academia de Polícia.

Numa decisão de 2008, o TRF 4 decidiu que Souza tinha o direito de ocupar o posto de delegado. Ele foi beneficiado por provas testemunhais. Seus concorrentes, ao prestarem depoimento no processo, sustentaram que ele havia feito as barras fixas corretamente.

Afirma uma delas:

— Que presenciou o autor na prova de barras porque era o próximo na ordem alfabética; que o Sr. Rolando fez as duas barras de maneira correta, sucedendo que os candidatos se manifestaram no sentido de considerá-lo aprovado pelo seu desempenho do autor, ficando surpresos pela sua reprovação; informa também que viu outras pessoas que fizeram a barra de maneira incorreta e passaram no concurso, especialmente as candidatas do sexo feminino, e que não compreende porque o candidato não passou; que o Sr. Rolando esticou completamente os braços quando realizou as duas barras, conforme estava previsto no edital.

Alguns anos antes de disputar uma cadeira na PF, Rolando de Souza tentou uma vaga na Polícia Rodoviária Federal. Não passou no exame psicotécnico e também apelou à Justiça.

O REI DAS REPROVAÇÕES

o recém-empossado diretor-geral da Polícia Federal por Jair Bolsonaro, Rolando de Souza já foi reprovado também num exame psicotécnico no concurso da Polícia Rodoviária Federal.

No final da década de 90, antes de entrar para a PF, ele tentou uma vaga na PRF. Barrado pelo psicotécnico, Souza recorreu à Justiça. Alegou irregularidades no exame a que foi submetido e pediu para tomar posse, sob justificativa de que fora aprovado nas demais etapas do certame.

Diz um trecho do processo:

— Surpreendido com a reprovação no exame psicotécnico, e afirmando a ilegalidade do mesmo diante do seu caráter secreto e irreconhecível, o candidato impetrou mandado de segurança perante a 3ª vara federal da Seção Judiciária do Distrito Federal, tendo o juiz de plantão concedido liminar para que participasse das etapas posteriores. Agora, já aprovado em todas asa etapas, inclusive no curso de formação, diz o impetrante ter direito líquido e certo à nomeação.

Rolando de Souza não chegou a assumir na PRF porque acabou passando no concurso de delegado da PF, onde ingressou em 2005. Procurada, a PF informou que não iria se pronunciar.

Por Gabriel Mascarenhas (Blogue Lauro Jardim)

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