Secretários improvisados acumulam cargos no 1º escalão da gestão Braide

O prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), vem enfrentando duras e constantes críticas da população, principalmente em relação a problemas como transporte público, falta de limpeza urbana, dentre outros. Até mesmo vereadores da base aliada não têm poupado queixas à atual gestão do Executivo desde que tomou posse para o primeiro mandato.

Ao mesmo tempo em que tenta driblar todos esses problemas, além de uma grave crise institucional, Braide se depara com a dificuldade de manter a uniformidade da “linha de frente” da administração municipal. Em quase dois anos de gestão, o prefeito realizou trocas de comando em secretarias, coordenadorias e órgãos subordinados, segundo levantamento feito pelo blog.

Também não são raras as vezes em que um secretário é nomeado para chefiar outra pasta ou autarquia, além daquela que já comanda. Atualmente, um deles acumula cargos no primeiro escalão, medida criticada por especialistas, considerando antiético o acúmulo de funções nessa situação.

O caso que mais chama a atenção é o do secretário municipal de Administração, Diego Rafael Rodrigues Pereira, que também responde pela Secretaria Municipal da Criança e Assistência Social (Semcas), após a exoneração de toda a cúpula da pasta por denúncia de corrupção.

A improvisação atingiu até mesmo a ex-secretária adjunta Ana Carla Furtado, que respondia pela Semcas desde maio deste ano e acabou sendo demitida por suspeita de nepotismo e favorecimento a empresa em quatro processos licitatórios. A demissão ocorreu logo após a Câmara Municipal ter articulado a convocação da então titular da pasta, para tratar a respeito de denúncias de supostas irregularidades na condução do órgão municipal.

Outra situação comum é a nomeação de interinos – temos dois casos –, que pelo longo tempo exercendo a função provisoriamente, acabaram sendo tratados, ou até empossados, como titulares. É o caso da secretária-adjunta Administrativa e Financeira, Débora Porto Pinheiro e, posterior o secretário-adjunto Administrativo e Financeiro, Alysson Penha Silva, que responderam ou continuam respondendo pela Secretaria Municipal de Desportos e Lazer (Semdel) de São Luís, embora a pasta esteja com um novo titular desde o mês passado.

A “dança das cadeiras” na administração municipal não é avaliada de forma positiva por consultores e especialistas, sob justificativa de que a troca constante de comando das secretarias e a permanência de interinos por muitos meses prejudicam a execução dos programas de governo.

Por Isaías Rocha