MARANHÃO

TRE-MA silencia quanto a suposta fraude na cota de gênero na chapa do Podemos em São Luís-MA

Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão precisa investigar e julgar, caso tenha indícios, antes da diplomação dos eleitos

De acordo com levantamento do Portal G7, aproximadamente quatro candidatas a vereadora pelo Podemos em São Luís, podem ter servido de “laranja” na chapa com o objetivo de supostamente beneficiar outro, ou outros candidatos em potencial. Elas receberam valores altíssimos do Fundo Partidário e obtiveram uma votação pífia nas urnas.

Existem também, candidatos do gênero masculino que receberam valores maiores que os eleitos e tiveram uma votação fraca, a exemplo do Professor Lisboa que recebeu R$340 mil e João Pedro, que abocanhou R$500 mil do Fundo Partidário. Já o filho de Fábio Macedo (Presidente do Podemos), Fábio Filho, que inclusive foi eleito, não recebeu verba do fundo partidário. Que é estranho, é…

Várias denúncias foram feitas pelo G7 logo após o resultado das eleições, mas o Tribunal Regional Releitoral (TRE-MA), mesmo provocado, nunca se pronunciou sobre o caso e acabou mergulhando em um profundo silêncio. Os dados estão no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e como mostram abaixo.

A candidata Ana Amélia Mendes Lobo Jardim (Ana Lobo), que recebeu R$250 mil do Podemos, mas só obteve 394 votos, declarou a justiça eleitoral ter gasto R$100 mil com a empresa KM Produções & Eventos LDA com produção de adesivos, folders, botons, santinhos, cartazes e perfurados. Já com a Sapere Consultoria Ltda, Ana Lobo teria gasto R$90 mil com aluguel de equipamentos de som e produtos para eventos políticos. Só com a empresa CGC Contabilidade Ltda, ana Lobo gastou R$30 mil. Com serviços advocatícios Ana Lobo gastou R$30 mil com Thibério Henrique Lima Cordeiro.

 

Outra candidata do Podemos que praticamente repetiu a mesma prestação de contas, trocando apenas os vaores, foi Simone Karla, que recebeu R$300 mil do partido e obteve apenas míseros 320 votos nas urnas no último dia 6 de outubro. Ela declarou a justiça eleitoral ter pago R$150 mil a empresa KM Produções & Eventos LDA com produção de adesivos, folders, botons, santinhos, cartazes e perfurados. Já com a empresa Sapere Consultoria Ltda, Simone Karla diz que gastou R$50 mil com aluguel de equipamentos de som e produtos para eventos políticos. Para a empresa CGC Contabilidade Ltda, Simone declarou ter pago R$30 mil pelos serviços contábeis. Já com serviços advocatícios, Simone Karla diz ter pago R$30 mil a Thibério Henrique Lima Cordeiro.

A candidata Rebeca Silva Braga de Meneses (Rebeca Braga), que recebeu do Podemos a bagatela de R$350 mil e obteve 526 votos, também repetiu em sua prestação de contas informações das candidatas acima citadas, apenas com ressalvas, já que houveram mais prestadores de serviços em sua declaração. Ela diz ter pago R$130 mil a empresa KM Produções & Eventos LDA para compra de adesivos, folders, botons, santinhos, cartazes e perfurados. Já com a empresa Sapere Consultoria Ltda, Rebeca Braga diz que gastou R$40 mil em aluguel de equipamentos de som e produtos para eventos políticos. Para a empresa CGC Contabilidade Ltda, Rebeca declarou ter pago R$30 mil pelos serviços contábeis. Já com serviços advocatícios, Rebeca Braga diz ter pago R$30 mil a Thibério Henrique Lima Cordeiro. Ela ainda declarou ter gasto R$150,143,00 com a malharia Beth, R$39.960,00 com a empresa Nilson R. Silva Ltda e R$15.900,00 com alimento e bebidas.

FICOU FAMOSA EM SÃO LUÍS-MA

A que mais ficou conhecida entre as supostas “laranjas” foi a candidata a vereadora de São Luís, Brenda Carvalho (Podemos), que recebeu R$300 mil do Fundo Partidário, tirou apenas 18 votos, mas declarou em sua prestação de contas que teria confeccionado 1 milhão de santinhos para sua campanha, mas no período eleitoral estava no Rio de Janeiro com o namorado curtindo as belezas cariocas. O material foi produzido pela KM Produções e Eventos, do empresário Kleber Moreira Neto.

De acordo com o levantamento, em uma das prévias de sua prestação de contas, Brenda já havia informado à Justiça Eleitoral a confecção do material, porém o preenchimento dos dados estava ilegível, contendo apenas o valor. Dessa forma, o material confeccionado – 1 milhão de santinhos – custou R$ 24 mil, pagos com recursos do Fundo Eleitoral.

Além dos santinhos, Brenda declara a confecção de 15 mil cartazes ao valor de R$ 12 mil, 50 mil bottons ao valor de R$ 8 mil, 300 adesivos perfurados ao valor de R$ 12 mil, 5 mil adesivos em formato de bola ao valor de R$ 22,5 mil, 1 mil bandeiras ao valor de R$ 24.500 mil, 50 mil folders ao valor de R$ 45 mil e 6 mil cartazes ao valor de R$ 5 mil. Todos foram produzidos pela KM Produções, assim como as demais candidas suspeitas.

Brenda também justificou ter gasto R$ 50 mil com serviços advocatícios prestados pelo advogado Thibério Henrique Lima Cordeiro e com serviços de contabilidade da empresa CGC Contabilidade, no valor de R$ 30 mil. O que ninguém consegue entender é como uma candidata de apenas 18 votos fez para gastar tanto com advogado e contabilidade em apenas 45 dias de campanha.

Também foram declarados serviços de mão de obra e locação de estruturas e objetos para a realização de eventos junto à empresa Sapere Ltda, mesmo ela estando na Cidade Maravilhosa curtindo. Nas redes socias de Brenda Carvalho, que inclusive privou sua página após denúncias na imprensa, nunca foi publicado nada sobre sua campanha eleitoral, mas não esqueceu de mostrar onde passou no Rio de Janeiro.

SILÊNCIO GERAL NA JUSTIÇA ELEITORAL

Após o recebimento da prestação de contas final, técnicos do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MA) abriram o prazo para que o Ministério Público Eleitoral (MPE) pudesse tomar ciência dos autos e se manifeste sobre possível irregularidade. No último sábado, 9, o MPE tomou ciência da prestação de contas, porém, até o momento, não se manifestou sobre a eventual irregularidade.

O site Folha do Maranhão, que também tem mostrado essa suposta fraude, foi procurado por três candidatos que participaram das eleições municipais em outubro deste ano e ficaram na primeira suplência, que afirmaram que pretendem ingressar com ações judiciais para denunciar possíveis irregularidades, incluindo o uso de supostas candidatas laranjas na chapa do Podemos em São Luís. Os mesmos também falaram ao G7 da possiblidade de ingressar com processos contra o Podemos e isso está tirando o sono do presidente estadual do partido, Fábio Macedo.

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