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O preço da mentira para defender Marcelo Crivella

Fiscal que depôs em defesa de Crivella em processo de impeachment é promovida

RIO DE JANEIRO — A ex-fiscal de Atividades Econômicas Dalila de Brito Ferreira teve promoção publicada na manhã desta quarta-feira no Diário Oficial do Município. Ela depôs no processo de impeachment pela defesa do prefeito Marcelo Crivella. A servidora foi nomeada para exercer cargo na Comissão de Coordenadores da Coordenadoria de Licenciamento e Fiscalização, da Secretaria Municipal de Fazenda.

O novo cargo foi concedido pelo atual secretário da Casa Civil do município, Felipe Ribeiro Ramalho.

Durante o depoimento na Câmara a servidora destacou que, havendo constatado o princípio da vantajosidade para a Prefeitura na celebração dos contratos, havia previsão legal para sua prorrogação — corroborando o discurso da defesa.

Dalila ainda afirmou que considerou “estranho” o fiscal de renda, Fernando Lyra, apresentar a  denúncia que originou abertura do processo de impeachment. Segundo ela, Lyra deveria ter discutido com a categoria a hipótese.

“A atuação do fiscal diante de uma possível irregularidade é a abertura de inquérito administrativo”, completou.

Após depor no processo de impeachment, a ex-fiscal Dalila de Brito Ferreira foi promovida Foto: Marcelo Theobald em Agência O Globo

 

Ao se posicionar contrária a denúncia e atacar o denunciante, Dalila também confirmou, ao ser questionada, que enviou um ofício à Crivella informando que o ato de Lyra era “algo isolado, sem apoio” dos demais.

Procurada, a prefeitura ainda não retornou o contato a respeito da promoção da servidora municipal.

IMPEACHMENT DE CRIVELLA
Denunciado por irregularidades em contratos de publicidade, prefeito afirma que prorrogação de acordos visava reequilíbrio financeiro, mas não fez contas para confirmar situação.

Em documento enviado no fim da tarde aos três vereadores da comissão que analisa o pedido de impeachment, o advogado Alberto Sampaio Júnior, que representa Crivella, disse que as declarações prestadas por informantes e testemunhas já se mostram “satisfatórias para a elucidação dos fatos”.

O PASSO A PASSO DO IMPEACHMENT
O que a comissão fez nos 2 primeiros meses de trabalho

A comissão de impeachment, porém, pensa de forma diferente. Nesta segunda-feira (3), os três parlamentares que integram o grupo afirmaram que a renovação de contratos com empresas de publicidade assinada por Crivella foi ilegal e vão incluir, no relatório final, uma determinação para que a prefeitura suspenda os contratos. De acordo com o trio, resta, agora, saber o papel de Crivella na renovação: se houve interferência ou pressão para que subordinados emitissem parecer favorável à prorrogação. Crivella não era obrigado a depor, e sua decisão não fere a lei. O prefeito tem até as 18h da próxima segunda-feira para apresentar as suas alegações finais à Câmara.

 Por Luiz Ernesto Magalhães e Matheus Maciel (O Globo)
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