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Bolsonarista Ricardo Barros foi delatado na Lava-Jato

Ricardo foi acusado de receber duas vezes propinas do mesmo empreiteiro

O deputado federal Ricardo Barros, líder do governo Bolsonaro na Câmara, foi desnudado pelo colega Luís Miranda em seu depoimento na CPI da Covid. De acordo com Miranda, ao ouvir o relato de irregularidades na negociação para a compra da vacina indiana Covaxin, Bolsonaro teria dito: —  Isso é coisa do Ricardo Barros.

Como recordar é viver, este é um bom momento para relembrar os bolsonaristas que defendem Barros, de outra transação heterodoxa que o líder do governo Bolsonaro se meteu.

Barros foi um dos protagonistas da delação premiada dos executivos da Galvão Engenharia, homologada em dezembro de 2017 por Edson Fachin.

O ex-presidente da empreiteira Eduardo Queiroz Galvão relatou em detalhes o pagamento de propinas (no plural mesmo, pois foram duas vezes) a Barros.

Os fatos ocorreram em 2011, quando ele era secretário de Indústria e Comércio de Beto Richa, no Paraná. Primeiro, para intermediar a venda de 49,9% da São Bento Energia à estatal paranaense Copel, pediu R$ 1 milhão, mais 1,5% do valor total que a Copel aportasse em investimentos na empresa. As conversas para a transação heterodoxa foram feitas na própria sede do Partido Progressista (PP) em Curitiba.

Queiroz Galvão contou, sendo corroborado por seus executivos, que parte desse dinheiro (R$ 300 mil) foi entregue em mãos a Barros numa visita que o hoje líder do governo Bolsonaro fez à sede da Galvão, em São Paulo.

Numa segunda oportunidade de negócio, em 2013, o diligente Barros ajudou, ainda segundo o relato que consta da delação, a destravar a venda do restante da São Bento (50,1%) à Copel, quando a Galvão resolveu deixar o setor de energia.

Desta feita, pediu R$ 1,2 milhão para ele e mais 2,5% do valor total da transação, um negócio que saiu por R$ 160 milhões, em doações ao PP do Paraná, do qual, aliás, era o presidente regional.

Por Lauro Jardim

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