Bolsonaro não ataca Crivella que ampliou isolamento no Rio até 15 de maio
O governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel prorrogou o isolamento social até 11 de maio no estado
Aliado duplo de Bolsonaro, Marcelo Crivella não é citado como um dos prefeitos criticados pelo Presidente da República por decretar Isolamento Social e baixar medicas de prevenção a proliferação ao Coronavírus na cidade do Rio de Janeiro. Um dos motivos que leva Bolsonaro não criticar Crivella é que seu filho Carlos Bolsonaro se filiou há poucos dias no partido de Crivella (PRB) e por Crivella ser sobrinho de Edir Macedo, dono da RecordTV, emissora que como uma fatia grande da publicidade do Governo Federal na gestão de Bolsonaro.
As medidas para o isolamento social para enfrentar a pandemia do coronavírus no estado e na cidade do Rio de Janeiro foram prorrogadas. O prefeito Marcelo Crivella estendeu até o dia 15 de maio a quarentena no município do Rio. Da mesma forma o governador Wilson Witzel ampliou até 11 de maio a quarentena para combater a Covid-19 no estado. As novas datas foram publicadas nos Diários Oficiais dos respectivos poderes na manhã desta quinta-feira, dia 30, data prevista para vencer as ações para restringir o funcionamento de escolas e parte do comércio.
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— Está valendo o que valia antes, com o afastamento social. Só pode sair na rua pessoas ligadas Ás atividades essenciais do comércio e compromisso inadiável. Todas elas devem usar máscara. A curva de óbitos (diária) que era de oito, nove pessoas, subiu na semana passada para 15 pessoas, sobretudo as com comorbidades. Em Nova York esse número chegou a 93. Então, vamos manter o isolamento até ela baixar. E se preciso, endurecer ainda mais essas medidas. Estamos pedindo que permaneçam nas suas residências. — disse em entrevista ao “Bom Dia, Rio”, da TV Globo.
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Crivella prometeu que vai endurecer ainda mais as medidas caso as curvas não diminuam e as pessoas cumpram o isolamento social pedido, o que inclui o uso obrigatório de máscaras. O prefeito alertou que só vai relaxar com a quarentena quando os números de infectados, internados e de óbitos realmente caírem na capital.
— Se as pessoas não usarem máscaras e a curva continuar subindo, nós vamos endurecer ainda mais. Para baixar as curvas de infecção e internação em UTI, nós precisamos ter as medidas de afastamento social mantidas e o uso de máscara para quem sai. Para baixar as curvas de óbitos, nós precisamos de mais leitos em UTI, o que estamos fazendo agora ao receber os 300 respiradores que chegam na semana que vem. Com essas medidas, eu espero não precisar endurecer ainda mais. Mas se precisar nós vamos endurecer porque não tem como voltar se as curvas não caírem — alertou.
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Na terça-feira, em entrevista coletiva, o prefeito havia adiantado que iria prorrogar a quarentena na capital. Por enquanto, serão mais duas semanas, mas o período poderá ser alterado dependendo das circunstâncias. O isolamento só começará a ser relaxado quando a incidência de casos de Covid-19 começar a cair na cidade. Por enquanto, a curva de casos está crescendo.
— Com o hospital de campanha (do Riocentro, que será parcialmente aberto na sexta-feira) em pleno funcionamento, creio que as nossas curvas vão cair. Caindo as curvas, as atividades voltam normalmente — afirmou o prefeito.
Prorrogação no estado
Nesta mesma quinta-feira, em decreto publicado no Diário Oficial do Estado, o governador Wilson Witzel prorrogou, até 11 de maio,as medidas de prevenção e enfrentamento ao coronavírus. No texto, ele afirma que ficam mantidas as ações como o fechamento de escolas públicas e privadas, creches e instituições de ensino superior e, ainda, a suspensão da realização de eventos esportivos, culturais, shows, feiras científicas, entre outros, em local aberto ou fechado.
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Também segue suspenso o funcionamento de cinemas, teatros e afins. Academias, centros de lazer e esportivos e shoppings também devem permanecer fechados. Somente serviços essenciais — supermercados, açougues, padarias, lanchonetes, hortifrutis, farmácias e lojas de conveniência — devem permanecer funcionando, porém devem seguir com todas as medidas de segurança para evitar aglomerações, além do cumprimento do distanciamento entre as pessoas.
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Witzel afirma que, se as medidas previstas não forem cumpridas, as autoridades competentes deverão apurar as eventuais práticas de infrações administrativas e crimes previstos. Os demais tipos de comércio terão que realizar atendimento em domicílio.
Por O GLOBO