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Bolsonaro usa texto de seguidor para rebater críticas por compra de leite condensado

Mensagem afirma que produto é utilizado pelo Ministério da Defesa e pela Funai; Mourão disse que críticas por gastos do governo com alimentação são 'pura fumaça'

Alvo de críticas devido ao gasto de R$ 15 milhões do governo federal com leite condensado, o presidente Jair Bolsonaro se defendeu nesta quarta-feira (27) compartilhando um texto que circula entre seus apoiadores. A mensagem afirma que o leite condensado é utilizado pelo Ministério da Defesa e pela Funai em missões em locais distantes. O vice-presidente Hamilton Mourão também minimizou os gastos.

A informação sobre os gastos do governo federal foi divulgada pelo site Metrópoles. Utilizando dados extraídos do Painel de Compras do Ministério da Economia, o site mostrou que o governo gastou R$ 1,8 bilhão com alimentação em 2020. Os gastos são referentes a todos os órgãos do Poder Executivo. As compras do Palácio do Alvorada, onde Bolsonaro vive, não estão computadas no levantamento.

Bolsonaro compartilhou em seu canal no aplicativo Telegram trecho de um texto que justifica os gastos com leite condensado “Os maiores compradores da iguaria são o Ministério da Defesa e a Funai, por um motivo comum: em locais distantes e pouco acessíveis, não é viável o transporte e o armazenamento de leite fresco, que estraga rapidamente”, diz a mensagem.

Também nesta quarta-feira, Mourão disse que o tema é “pura fumaça” e faz parte de uma “pressão” que estaria sendo feita contra o governo federal.

— Pura fumaça. Todos esses gastos são gastos orçamentários, previstos alguns como despesa obrigatória, outros como despesa discricionária, que foram efetuados dentro do que estava previsto no desembolso do Orçamento do ano passado. E se pegar o que foi gasto em anos anteriores eu tenho certeza que estará mais ou menos no mesmo patamar. Isso faz parte dessa pressão que está sendo feita em cima do nosso governo.

O vice-presidente disse que não acredita que a divulgação dos gastos possa trazer consequências negativas para o governo. Na terça-feira, parlamentares pediram para o Tribunal de Contas da União (TCU) investigar as compras.

— A Controladoria-Geral da União acompanha esses gastos o tempo todo e isso não tem nada a ver, é gasto orçamentário — minimizou Mourão.

Por O Globo

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