Caso João Bosco: Encontro entre Beto Castro, João Bosco e Gilbson Cutrim teria sido marcado por Daniel Brandão
Empresário João Bosco foi executado dia 19 de agosto após bate boca por conta de propina no bairro Ponta do Farol em São Luís

A morte João Bosco, executado no último dia 19 de agosto no bairro Ponta do Farol, em São Luís, após um desentendimento com Gilbson Cutrim, filho do dono do Jornal Itaqui Bacanga, ainda terá muito pano para manga, principalmente após depoimento da Viúva, Eliza Maria e do vereador Beto Castro, que confirmou a presença de Daniel Itapary Brandão, sobrinho do governador Carlos Brandão (PSB). Daniel Brandão teria marcado o encontro em frente ao Edifício Tech Office, que resultou na morte do empresário João Bosco.
Desde o início das investigações, tanto a Polícia Civil quanto a mídia alinhada aos interesses do Palácio dos Leões tentaram ocultar a presença de Daniel Brandão, titular da Secretaria de Estado de Monitoramento de Ações Governamentais (SEMAG), da cena do crime, mas não conseguiram, já que a imprensa independente abraçou o caso e descobriu novos fatos.
Além das câmaras de videomonitoramento do prédio que teriam flagrado Daniel Brandão e os depoimentos de Eliza Maria, esposa de João Bosco, e vereador Beto Castro, que teriam atestado a presença do sobrinho do governador Brandão na cena do crime, o próprio Gilbson Cutrim, assassino confesso de João Bosco, teria revelado a presença de Daniel no local, em depoimento prestado ao delegado Murilo Tavares no dia 29 de agosto, 10 dias após o crime.
Gilbson Cutrim contou à Polícia que teria recebido uma ligação de um “amigo em comum” pedindo que ele se reunisse com o vereador Beto Castro e João Bosco. Esse amigo tratava-se de Daniel Brandão. O executor teria dito ainda, que recebeu a ligação do Daniel Brandão para que ele fosse ao encontro de Beto Castro e João Bosco.
“Júnior, é melhor tu te reunir com Beto Castro, pois tem um cara aqui com ele (Bosco), que tá totalmente desequilibrado, falando um monte de besteira e que tu tá correndo perigo. É bom vocês sentarem e resolver isso da melhor maneira”, disse Gilbson em depoimento sobre a conversa que ele teve ao telefone com Daniel Brandão. Veja abaixo parte do depoimento.
Segundo depoimento, por volta das 16h20 do dia 19 de agosto, Gilbson teria se dirigido ao Edifício Tech Office e o próprio Daniel Brandão, já estaria presente no espaço, onde segundo imagens de monitoramento, teria puxado uma cadeira para o assassino sentar-se à mesa com o vereador Beto Castro e João Bosco (que morreria minutos depois). Veja abaixo nova parte do depoimento.
Após o início da discussão entre Bosco e Gilbson, Daniel Brandão teria deixado o local e, minutos depois, Bosco seria executado. Tudo foi flagrado pelas câmeras de videomonitoramento do prédio, que a polícia também teve acesso, mas teria feito questão de ocultar as imagens.
Dessa forma, também cai por terra a tese que vinha sendo alimentada pela mídia palaciana, com o intuito de acobertar Daniel Brandão, de que o encontro foi uma obra do acaso. Passado um mês e três dias do assassinato que revelou um esquema de propina na Secretaria Estadual de Educação (Seduc), o Governo do
Estado segue em silêncio.
Nem mesmo o delegado que está à frente das investigações deu novas declarações sobre o caso, que já seria dado como encerrado se não fosse a atuação da imprensa digital independente no Maranhão.
Por Marrapá