Defensor da família e dos bons costumes, bolsonarista Zé Trovão está foragido da polícia
Decisão é da comarca de Joinville. Justiça decretou a prisão do deputado federal catarinense por atraso no pagamento de pensão alimentícia

Falar é fôlego, já dizia um grande poeta algodoauense. Justiça de Santa Catarina decretou a prisão do deputado federal bolsonarista Zé Trovão (PL) na última sexta-feira (28/6). Conforme apurado pela reportagem do Portal Metrópoles, a decisão acontece após o político, o mesmo que diz defender a família e os boons costumes, não pagar pensão alimentícia. A decisão é da comarca de Joinville-SC.
VERSÃO DO ACUSADO
Em vídeo gravado na noite da última sexta-feira (28/6), o deputado federal Zé Trovão (PL-SC) reiterou o que sua defesa disse e alegou que a falta de pagamento de pensão alimentícia a seu filho ocorreu por um erro da Câmara dos Deputados. Na sexta, por decisão da comarca de Joinville (SC), a Justiça decretou a prisão do deputado. O mandado, porém, ainda não tinha sido emitido.
“Não existe dívida alguma deste parlamentar porque, se o juiz determinou que a pensão tivesse algum tipo de aumento, ele comunica à Câmara dos Deputados, que desconta a pensão alimentícia do meu filho todos os meses”, afirmou ele. “Quem cometeu erros até aqui ou foi o Judiciário ou foi a Câmara dos Deputados. (…) Não devo, não serei preso. E se tiver que pagar algo a mais, que seja feito da maneira certa. Não impute a mim o erro que é de vocês”, disse o parlamentar.
Ele ainda acusou a mãe de seu filho de ter “uma sanha” para buscar todos os dias mais dinheiro. Ele mostrou, então, comprovantes de pagamento de condomínio e aluguel, que, somados, dão cerca de R$ 4 mil.
Trovão ainda diz que talvez quem esteja se beneficiando dos valores pagos neste momento não seja seu filho. “O que me assombra ainda mais é saber que a outra parte não tem a moral de sequer se pronunciar e dizer: ‘Olha, recebo tudo e sempre recebi, inclusive moro em um apartamento que ele paga’”.
Entenda
O advogado do parlamentar, Joel Covolan Daüm, disse que a Casa descontou do contracheque do deputado um valor menor do que o determinado pela Justiça. A defesa afirmou que o pagamento da quantia devida foi feito no final da tarde de sexta (28) e que irá solicitar à Justiça que oficie a Câmara dos Deputados sobre o valor correto a ser debitado.
O advogado relatou que, no momento da dissolução de união estável, ficou estabelecido o pagamento de pensão de 17,5% dos rendimentos ou de 4,5 salários mínimos, dependendo do que for maior. A Câmara, no entanto, passou a descontar o valor menor.
Por Metrópoles