Desabafo de Radialista reflete o caos da Saúde no Maranhão
Que a saúde pública no Maranhão está falida, todo mundo já sabe e ninguém resolve
A falta de leitos, medicamentos, equipamentos para exames, médicos e demais profissionais nas casas de saúde do Estado do Maranhão, mostra o tamanho da incompetência dos gestores do Estado e de São Luís. Nesta sexta-feira (10), o radialista Adilson Carlos, da Rádio Educadora do Maranhão, escreveu um verdadeiro desabafo da real situação da saúde pública na capital maranhense. Em seu texto, as palavras refletem o quanto a população é desrespeitada, mesmo pagando os maiores impostos do Brasil. Um verdadeiro caos, bem diferente das propagandas no rádio, tv, jornais, blogues e portais. CONFIRA ABAIXO O TEXTO NA ÍNTEGRA.
Agora estou provando da Saúde Mais Dígna que temos no Maranhão, e sentindo o quanto é amarga e dolorosa e tem cheiro de descaso.
É uma situação de impotência mesmo. Agora eu sei porque muita gente nesse Estado morre recuada em casa ou no máximo na fila a espera de atendimento. É porque ficar doente ou com um doente na família é sinônimo de impotência, diante das respostas do serviço público para uma emergência.
Nesta quinta-feira (09/08) minha mãe de 90 anos teve uma crise de AVC, e como qualquer outro cidadão que depende da saúde pública procura a UPA. Levei ela a unidade do Bacanga pela manhã, onde passou o dia todo, para apenas tomar um soro, e uma dose de captopril. Ao final do dia o médico me diz que não pode fazer nada porque na referida unidade não há leito. E agora onde procurar? Onde é mesmo que temos esse atendimento digno?
Voltei pra casa, e sem ter a quem recorrer, tenho a certeza que aquilo que o governador e o prefeito alardeiam na mídia sobre a saúde não passa de conversa fiada para boi dormir.
Agora sinto na pele o que tanta gente pobre deste Estado passa para conseguir um atendimento, um leito de hospital, coisas que as nossas autoridades chamam de digno. Os esforços muitas vezes são em vão para salvar uma vida, porque o aparelhamento é ineficiente e deficitário.
Agora entendo quando uma pessoa para tentar salvar a vida de seu ente chega a extremos. É porque é revoltante você ver seu ente morrer a mingua, sendo que os anúncios midiáticos dos governos dizem que a saúde vai muito bem obrigada.
E agora? Recorrer a quem? Quem pode ajudar?
Ao doente neste Estado lhe Resta o recôndito da sua casa, num leito de morte, e impotente, contar apenas com a sorte.
Desabafo de Adilson Carlos, radialista de São Luís, nesta sexta feira, 10/08/2018