SÃO JOSÉ DE RIBAMAR-MA

Empresa de Barreirinhas ganha contrato de quase R$ 6 milhões para matar “insetos” em São José de Ribamar

Enquanto o município enfrenta problemas estruturais em escolas e unidades de saúde, a gestão do prefeito Dr. Julinho autorizou gasto mensal de quase R$ 500 mil com controle de pragas apenas na rede municipal de ensino.

A Prefeitura de São José de Ribamar firmou um contrato de valor elevado para serviços de dedetização nas escolas da rede municipal, o que tem gerado questionamentos sobre prioridades administrativas e a destinação dos recursos públicos no município.

O contrato mais recente foi celebrado com a empresa J B Dedetização e Serviços, sediada no Centro de Barreirinhas-MA, a cerca de 300 quilômetros de São José de Ribamar. De propriedade de João Araújo Batista, a empresa foi contratada pelo valor total de R$ 5.649.975,70, com vigência de um ano. O montante corresponde a um pagamento mensal de R$ 470.831,31, valor considerado elevado para esse tipo de serviço.

O Contrato nº 670/2025, assinado em agosto deste ano e com validade até agosto de 2026, prevê a prestação de serviços de sanitização, desinsetização, desratização, descupinização e higienização de áreas internas e externas das escolas municipais. O objeto inclui ainda o combate e a prevenção de roedores, pombos, morcegos, do mosquito Aedes aegypti e ações relacionadas à Covid-19, com recursos vinculados à Secretaria Municipal de Educação (Semed).

O volume de recursos empregados chama atenção, sobretudo diante da realidade enfrentada pela população ribamarense, que convive com deficiências históricas na infraestrutura urbana, escolas com problemas estruturais e unidades de saúde em condições precárias. O gasto mensal próximo de meio milhão de reais apenas com dedetização levanta dúvidas sobre a real necessidade do serviço apenas em escalas e se há proporcionalidade entre o valor contratado e os serviços efetivamente executados.

A contratação também ocorre em meio a críticas recorrentes à gestão do prefeito Dr. Julinho Matos, reeleito mesmo após um primeiro mandato avaliado de forma negativa por parte da população. O gestor tem sido alvo de questionamentos quanto ao uso político da máquina pública e à celebração de contratos milionários com empresas sediadas fora do município.

Diante do cenário, cresce a cobrança para que o Ministério Público e a Câmara de Vereadores apurem os detalhes do contrato, verifiquem a execução dos serviços e avaliem se os valores pagos correspondem, de fato, à prestação realizada.

A fiscalização busca esclarecer se o contrato atende ao interesse público ou se há indícios de irregularidades, como serviços superfaturados ou executados apenas formalmente, por meio da emissão de notas fiscais sem a devida comprovação.

Cabe aos órgãos de controle investigar e dar transparência ao caso, garantindo que os recursos públicos sejam aplicados de forma responsável e em consonância com as reais necessidades da população de São José de Ribamar.

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