Empresa investigada pela PF vence licitação de R$ 328 milhões no governo Lula
Empresa habilitada pelo Ministério da Gestão e Inovação é alvo de investigação por supostas fraudes em licitações

O Ministério da Gestão e da Inovação (MGI) está prestes a firmar um contrato de R$ 328 milhões com a empresa Esplanada Serviços Terceirizados LTDA, investigada pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU) por suspeita de fraudes em licitações do governo federal. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (27) pelo portal Metrópoles.
A empresa é suspeita de integrar um grupo que simulava concorrência em processos licitatórios para obter contratos públicos bilionários. No dia 11 de fevereiro, a Esplanada foi alvo de mandados de busca e apreensão no âmbito da Operação Dissímulo, da PF.
Mesmo assim, dez dias depois, em 21 de fevereiro, o MGI aceitou a proposta da empresa. Na quarta-feira (26), o órgão negou recursos de concorrentes que questionavam a habilitação da Esplanada, avançando para a formalização do contrato.
O que diz o governo
Em nota, o MGI afirmou que o pregão eletrônico ainda está na fase recursal e que “a decisão final será adotada conforme os trâmites legais”. A pasta ressaltou que a empresa teve sua documentação analisada conforme os critérios do edital e que só pode impedir a participação de uma empresa em licitações nos casos previstos em lei, como sanções administrativas ou penalidades vigentes.
Ligação com outro investigado
A Esplanada Serviços também é associada ao ex-deputado distrital Carlos Tabanez, apontado como um dos operadores do esquema de fraudes. A relação veio à tona após a empresa distribuir panetones com a imagem do ex-parlamentar aos funcionários, ação semelhante à realizada pela R7 Facilities, outra empresa investigada na Operação Dissímulo.
Antes de ser desclassificada pelo MGI, a R7 Facilities havia vencido a licitação. O órgão justificou a inabilitação afirmando que a empresa não comprovou a capacidade de arcar com os custos do contrato. Com isso, a Esplanada, que ficou em segundo lugar, assumiu a posição.
Concorrentes questionaram a suposta relação entre as duas empresas, mas a Esplanada negou qualquer ligação comercial com a R7 Facilities. O dono da Esplanada, André Luis Silva de Oliveira, afirmou que apenas aceitou distribuir os panetones como parte de uma ação política e que não há vínculo empresarial entre ele e Tabanez.
Investigação e defesa da empresa
O empresário André Luis Silva de Oliveira negou envolvimento em fraudes e afirmou que está sendo alvo de adversários por estar próximo de vencer a licitação. Segundo ele, a PF apreendeu computadores e celulares da empresa, mas ele “não tem nada a esconder”.
O contrato prevê a contratação de 1.216 funcionários terceirizados para 12 ministérios e tem prazo inicial de três anos, podendo ser prorrogado por até dez anos.