Empresas alvo da Polícia Federal ganhou R$ 8 milhões em 10 prefeituras ligadas a Josimar Maranhãozinho
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Um levantamento realizado pela Folha do Maranhão aponta que a empresa Othimus Empreendimentos e Serviços Ltda, principal alvo da Operação Deterrimus da Polícia Federal ganhou R$ 7.956.776,06 em 10 prefeituras ligadas ao deputado Josimar de Maranhãozinho, do PL. A operação da PF realizada nesta quinta-feira (26), tinha como objetivo eliminar um grupo criminoso especializado em fraudes em licitações no município de Cachoeira Grande, no Maranhão.
Segundo o levantamento da Folha do Maranhão em dados da Receita Federal, existem duas empresas com nomes parecidos e registradas no mesmo endereço, porém com descrições diferentes. A primeira empresa, Othimus Empreendimentos e Serviços Ltda, registrada sob CNPJ 14.741.691/0001-99, foi criada em 5 de dezembro de 2011 e está nome do empresário Marcio Flávio Dos Santos Abreu. A segunda está registrada com o nome Othimu’s Comercio e Empreendimentos Ltda, nome muito parecido, porém diferente. Essa empresa possui o CNPJ 39.919.992/0001-90, foi criada em 26 de novembro de 2020 e possui o empresário Adson Manoel Silva Oliveira como proprietário.
As empresas estão registradas sob o mesmo endereço, porém a descrição do seu cadastro, está registrada em bairros diferentes: São Francisco e Ilhinha, ambas em São Luís. Sem ninguém no local, a PF teve que invadir a sede da empresa, arrebentando cadeados e portas, levando computadores e documentos que possam servir no processo de acusação aos empresários e políticos.
O empresário Marcio Flávio dos Santos Abreu é natural de Bacuri, no Maranhão, local onde ele foi candidato a prefeito nas últimas eleições municipais. Aliado de Josimar, Marcio Hominho como é conhecido, ganhou R$ 100 mil de fundo eleitoral do PL, porém não conseguiu se eleger. Já o empresário Adson Manoel Silva Oliveira, natural de Turiaçu, local onde também foi candidato a prefeito no município, e também com o apoio de Josimar. Adson Manoel ganhou R$ 100 mil do PL, mas não obteve êxito nas urnas.
Segundo a PF, em Cachoeira Grande, R$ 430.023,77 em contratos foram direcionados para empresas de fachada ou com sociedade econômica duvidosa, ou até mesmo inexistente, além de estarem registradas em nome de laranjas. A operação foi feita com base no repasse dados do Ministério Publico de Contas do Estado, que identificou o problema, e por se tratar de recursos federais, repassou à Polícia Federal.
Além de Cachoeira Grande, o site Folha do Maranhão identificou outras 9 prefeituras administradas pelo PL, ligadas a Josimar de Maranhãozinho, algumas comandadas pela irmã e cunhada, todas teriam repassado dinheiro no último ano a empresa Othimus. Foram elas: Cândido Mendes, Centro Do Guilherme, Governador Newton Bello, Igarapé do Meio, Maranhãozinho, Pio XII, Porto Rico, Vila Nova dos Martírios e Zé Doca-MA. Veja abaixo os valores repassados.
PORTO RICO | R$ 1.599.266,42 |
VILA NOVA DOS MARTIRIOS | R$ 1.157.065,62 |
CENTRO DO GUILHERME | R$ 1.031.847,78 |
IGARAPÉ DO MEIO | R$ 911.988,96 |
MARANHÃOZINHO | R$ 860.910,00 |
PIO XII | R$ 700.369,00 |
CACHOEIRA GRANDE | R$ 657.584,00 |
ZÉ DOCA | R$ 561.552,96 |
CÂNDIDO MENDES | R$ 297.870,42 |
GOVERNADOR NEWTON BELO | R$ 178.320,90 |
TOTAL | R$ 7.956.776,06 |
Segundo ranking elaborado pelo site Folha do Maranhão, o maior recebimento de dinheiro foi registrado na prefeitura de Porto Rico. Ao todo foram repassados a empresa R$ 1.599.266,42, seguindo da prefeitura de Vila Nova dos Martírios com R$ 1.157.065,62 e a prefeitura de Centro de Guilherme com R$ 1.031.847,78. A prefeitura de Maranhãozinho, onde a cunhada (irmã da deputada Detinha) é prefeita, pagou R$ 860.910,00 e prefeitura de Zé Doca onde a irmã é prefeitura, desembolsou R$ 561.552,96 em favor da mesma empresa.
Os valores movimentados pela empresa nas prefeituras do PL podem ser maiores. Durante o levantamento da Folha do Maranhão, os Portais de Transparência de várias prefeituras (Alto Alegre do Maranhão, Bom Jardim, Formosa da Serra Negra, Maracaçumé, Monção, Raposa e Santana do Maranhão) apresentavam inconsistência de dados ou até mesmo não possuíam dados referentes aos pagamentos da administração.
Sem dúvidas, a Operação Deterrimus será só o início das investigações. Com novas evidências a operação terá desdobramentos e quem sabem até prisões de políticos no estado.
Por Folha do Maranhão