Mulheres ganham espaço na nova gestão de Eduardo Paes no RJ
Três já foram confirmadas em postos de comando; economista foi convidada para Transportes, e professora vai atuar contra racismo

RIO DE JANEIRO — Depois de disputar uma eleição em que seis dos 14 aspirantes a prefeito eram mulheres, Eduardo Paes parece disposto a ter uma presença mais feminina em seu terceiro governo. Três já foram confirmadas para o alto escalão, e mais duas podem ser indicadas nas próximas horas. Convidada para assumir a Secretaria municipal de Transportes, a economista Maína Celidonio de Campos ficou de dar sua resposta nesta quinta-feira (3), porque tinha outros planos para 2021. A partir de janeiro, ela assumiria um cargo de professora no Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper). Vereadora eleita e ex-deputada federal, Laura Carneiro é cotada para a pasta de Assistência Social.
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Nos últimos anos, Maína tem se especializado em mobilidade urbana. Em 2019, a economista apresentou uma tese de doutorado na PUC-Rio na qual avaliou o impacto de projetos durante os preparativos para a Olimpíada de 2016, entre eles, os corredores de BRT, a Linha 4 do metrô e o VLT, no Centro. Segundo o estudo acadêmico, na época em que os modais foram implantados, os usuários ganhavam até 45 minutos por dia quando os usavam de forma integrada. No entorno das novas estações, principalmente de BRT e de metrô, o impacto, de acordo com sua avaliação, foi positivo, contribuindo para a abertura de empresas e a geração de empregos.
A economista também trabalhou como coordenadora de projetos do Centro Brasileiro de Relações Internacionais da PUC-Rio. Na prefeitura, foi diretora de Desenvolvimento Econômico do Instituto Pereira Passos em 2012 e 2013, quando Paes era prefeito. Ela também foi analista em Avaliação de Impacto para Gerência de Projetos do Itaú Unibanco.
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Nesta quarta-feira, Paes anunciou ainda a professora aposentada Marli Peçanha, de 63 anos, para a nova Secretaria de Ação Comunitária. Ex-subprefeita de Jacarepaguá, Marli atuou por mais de 20 anos como assessora da prefeitura e do governo para receber e encaminhar demandas de comunidades. Na próxima gestão, ela ficará responsável por implantar programas de prevenção e combate ao racismo e de geração de renda para minorias.
— Ao longo da vida, sempre convivi com episódios de racismo velado, como aquele olhar de surpresa de pessoas que não me conhecem quando passeio com o cachorro pelo condomínio — diz Marli, que mora na Barra.
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Mineira de Montes Claros, ela veio com os pais para o Rio quando tinha 3 anos. A família foi uma das primeiras moradoras da comunidade de Rio das Pedras, em Jacarepaguá. Como professora, deu aulas num Ciep na Cidade de Deus.
Outras mulheres foram confirmadas anteontem. A economista Anna Laura Valente Secco foi escolhida para comandar a Secretaria de Conservação (que será recriada), e a assistente social Ana Ribeiro será subprefeita da Zona Sul.
Por Luiz Ernesto Magalhães (O Globo)