“O papel de vacinar é dos municípios”, afirma Carlos Lula
O secretário de Flávio Dino se manifestou após polêmica de vacinação contra a Covid-19
Diante da polêmica, desnecessária, criada em torno da vacinação dos servidores da Educação da rede privada, ficou um questionamento sobre o papel dos governos municipais, estaduais e federal durante a imunização contra a Covid-19.
O senador maranhense Roberto Rocha se incomodou com a situação, já que ele entende que o Plano Nacional de Imunização contra a Covid-19 deixa claro a responsabilidade de cada esfera de governo: a União adquire as vacinas, os Estados as distribuem e os Municípios realizam a vacinação.
Diante dessa afirmação, o senador alegou que o Governo do Maranhão estava retendo e aplicando diretamente parte das doses enviadas pelo Governo Federal, que deveriam ser repassadas aos municípios maranhenses. Roberto Rocha afirmou ainda que levaria o assunto ao Ministério da Saúde (reveja).
O secretário de Saúde e presidente do Conselho Nacional do Secretários de Saúde, Carlos Lula, deixou claro, em reunião virtual com os municípios maranhenses, que a responsabilidade de vacinar é dos governos municipais, apesar de deixar claro que o Governo do Maranhão estaria pronto para ajudar.
“O papel de vacinar é dos municípios, mas a proteção da nossa população também é de interesse do Governo do Estado. Por isso, o que o Estado tem feito é ajudar e, com várias ações, vem somando esforços ao poder público municipal para acelerar a imunização. Precisamos lembrar que temos uma limitação de doses, mas nosso interesse é acelerar a imunização. Por isso, o diálogo com os municípios é sempre no sentido de contribuir”, destacou Carlos Lula.
No entanto, o Governo do Maranhão decidiu assumir a vacinação de servidores da Segurança na esfera estadual e federal, bem como dos servidores da Educação estadual e federal.
Só que o estopim para a crise foi a situação dos servidores da Educação na rede privada, que não foram vacinados num primeiro momento na capital. O Estado afirmou que seria de responsabilidade da Prefeitura de São Luís, mas o prefeito Eduardo Braide afirmou que as doses repassadas eram insuficientes. Logo depois, causou estranheza quando o Governo do Maranhão tentou também vacinar os servidores da Educação da rede particular, sem repassar mais doses a Prefeitura de São Luís, e o episódio causou estremecimento.
Somente depois do imbróglio criado, o Governo do Maranhão recuou e a Prefeitura de São Luís começou neste sábado (24) a imunizar os servidores da Educação da rede privada (reveja).
O que alguns políticos precisam entender é que quem está recebendo a vacina, está pouco preocupado se é o governo federal, estadual e/ou municipal quem está aplicando, ele quer é sobreviver a pandemia que já matou mais de sete mil pessoas somente no Maranhão.
Sendo assim, se o Governo Flávio Dino está incomodado com um eventual papel de coadjuvante na vacinação, diante do papel de protagonismo da gestão Eduardo Braide e/ou se quer realmente ajudar, que se coloque a disposição para isso, sem criar “pegadinhas”, e, por sua vez, que a gestão Eduardo Braide também esteja aberta para receber a ajuda e, se necessário for, dividir o tal protagonismo, pois o mais importante, nesse momento, não é uma briga de egos e/ou vaidade de político algum, mas sim salvar vidas.
Que o episódio sirva de lição.
Por Jorge Aragão