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PERITOS DO INSS: Os mesmos médicos que reprovam doentes na perícia, não vão trabalhar

A desculpa seria o risco de contaminação pelo novo coronavírus, o que não é visto da mesma forma na hora da perícia de um trabalhador doente

O Brasil está cheio de hipocrisia, de gente testando negativo para honestidade, pregando aquilo que não pratica e achando que o brasileiro é trouxa. A última ação de hipocrisia foi detectada no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Por lá, médicos peritos com contrato de exclusividade e salários gigantes, não trabalham há meses, mas recebem seus proventos integrais. A desculpa dos peritos do INSS para não comparecer ao trabalho seria o risco de contaminação pelo novo coronavírus, o que não é visto da mesma forma pelos mesmos profissionais na hora da perícia de um trabalhador doente e impossibilitado de trabalhar.

No Brasil, trabalhador doente precisando de auxílio do INSS sempre foi humilhado pelos mesmos médicos peritos que não vão trabalhar por causa do novo coronavírus. Para eles, a saúde do trabalhador é o que menos importa, reprovam doentes durante perícia e na cara de pau dizem que até cegos podem trabalhar na agricultura ou pesca artesanal. Conheço trabalhadores com doenças crônicas que passam dificuldades por não ser aprovados na perícia médica no INSS. O número de pessoas humilhadas por esses profissionais é grande em todo país.

É claro que isso não se resume a 100% dos profissionais. Existem peritos do INSS que trabalham com amor à profissão, que respeitam o trabalhador que procura o auxílio. Mas o número de médicos peritos que se acham um Deus dentro do INSS é muito grande. Eles recebem salários altos e poucos estão se lixado para quem está em busca de um salário mínimo de R$1.045,00 para sobreviver. A grande maioria dos trabalhadores está doente por acidente de trabalho ou por doenças crônicas, mas mesmo assim são reprovados por peritos do INSS, que alegam que os trabalhadores estão aptos a trabalhar, mesmo estando com laudos médicos comprovando que a saúde do contribuinte está bastante debilitada. Isso é muito comum!

Quem trabalha na roça ou na pesca, muitas vezes sofre acidentes de trabalho ou fica doente por praticar atividades pesadas em sua profissão. A carga horária desses trabalhadores gira em torno de 8h a 12h por dia. Bem diferente dos médicos peritos do INSS, que trabalham quando querem. Aos pescadores que trabalham em alto mar, a carga horária depende da maré, alguns chegam a trabalhar até 18h por dia, o que acaba causando doenças graves e impede de continuar a trabalhar nessa atividade pesada.

Já os médicos peritos do Instituto Nacional do Seguro Social trabalham no máximo até 5h por dia, não trabalham sábados, domingos e muito menos feriados, e vão ao trabalho no dia que querem. Bem diferente do trabalhador que procura o INSS para buscar um auxílio ou aposentadoria.

Essas são as mordomias de quem reprova o trabalhador na perícia e o sofrimento de quem procura um auxílio para sobreviver.

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