POLÍCIA

Prefeito de Igarapé Grande-MA é suspeito de matar policial militar com cinco tiros durante vaquejada

Crime teria ocorrido após uma discussão provocada pelo farol alto do carro em que a vítima estava.

Um crime grave abalou a região do Médio Mearim na noite deste domingo (6), durante uma vaquejada na cidade de Trizidela do Vale, a cerca de 280 km de São Luís. O policial militar Geidson Thiago da Silva dos Santos, conhecido como “Dos Santos”, foi morto com cinco disparos de arma de fogo. O principal suspeito é o prefeito de Igarapé Grande-MA, João Vitor Xavier (PDT), aliado político do senador Weverton Rocha (PDT) e sobrinho do ex-presidente da Famem, Erlânio Xavier.

Segundo relatos de testemunhas, a confusão teria começado por causa do uso do farol alto de um veículo, o que gerou uma discussão entre o policial e o prefeito, que estaria sob efeito de álcool. Durante o desentendimento, João Vitor teria sacado uma arma e efetuado os disparos contra o PM, que estava de folga.

Mesmo ferido, o policial chegou a ser socorrido e levado para o hospital de Pedreiras, sendo posteriormente transferido para uma unidade em Peritoró, mas não resistiu aos ferimentos. Ele era lotado no 19º Batalhão da Polícia Militar do Maranhão.

A Polícia Civil informou que está analisando imagens de câmeras de segurança da região e colhendo depoimentos para esclarecer os fatos e a motivação do crime. O corpo da vítima foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para os exames de praxe.

João Vitor Xavier tem 27 anos, é solteiro, possui ensino médio completo e, nas eleições de 2024, declarou à Justiça Eleitoral a ocupação de estudante, bolsista ou estagiário. Assumiu a prefeitura de Igarapé Grande com apoio do grupo liderado pelo tio, Erlânio Xavier, e do senador Weverton Rocha, de quem é aliado político de primeira hora. Ele também é filho do atual prefeito de Bernardo do Mearim.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA) informou que lamenta profundamente o ocorrido e afirmou que as polícias Civil e Militar, com apoio do setor de Inteligência, realizam diligências para localizar o autor do crime — que, segundo as investigações, seria o próprio prefeito.

A tragédia levanta questionamentos sobre a condução das investigações em crimes envolvendo autoridades com influência política no Maranhão. Há receios de que o caso seja abafado, a exemplo do assassinato do empresário João Bosco, cujo inquérito envolve o sobrinho do governador Carlos Brandão. Casos como esses, marcados por suspeitas de impunidade seletiva, reforçam a sensação de que a justiça não age com o mesmo rigor quando o acusado não é um “Zé Ninguém”, mas sim alguém com sobrenome, cargo e padrinho político.

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