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Prefeito de São Paulo pede licença de 30 dias para tratar câncer

Bruno Covas voltou a ser internado neste domingo para combater tumor no sistema digestivo

A prefeitura de São Paulo informou neste domingo que o prefeito da cidade, Bruno Covas (PSDB), pedirá uma licença de mais 30 dias do cargo, para dedicar-se exclusivamente ao tratamento contra um câncer no sistema digestivo com metástase óssea.

No início do ano, Covas já havia pedido 10 dias de licença, mas precisará de mais dedicação ao tratamento diante do surgimento de novos focos da doença. Ele passou um tempo internado no Hospital Sírio-Libanês, mas havia recebido alta durante a semana. Com dores, o prefeito voltou a ser internado neste domingo.

O pedido de licença será feito formalmente à Câmara Municipal de Vereadores, nesta segunda-feira. O posto de Covas será assumido pelo vice-prefeito, Ricardo Nunes (MDB).

“Desde que recebeu o diagnóstico da enfermidade, Covas adotou total transparência em respeito à população. Com o surgimento de novos focos, o prefeito de São Paulo precisará de dedicação integral ao tratamento e entende que não será compatível com as suas responsabilidades e compromisso com a cidade e os paulistanos”, informou a assessoria do prefeito em nota divulgada na tarde desde domingo.

Nas redes sociais, o prefeito agradeceu por mensagens direcionadas a ele. “O apoio e o carinho que recebo é essencial para superar os desafios que venho enfrentando. Com força, foco e fé, venceremos”, escreveu.

Em texto direcionado à população, Covas disse que desde então sua “responsabilidade com São Paulo” conduz suas decisões e que seguindo à risca as orientações da equipe médica, vinha trabalhando “em regime de teletrabalho”.

“Agora, diante dos novos focos da doença, meu corpo está exigindo que eu dedique mais tempo ao tratamento, que entra em uma fase muito rigorosa”, escreveu. “Tenho certeza de que vamos superar mais essa batalha”, continuou.

O prefeito luta contra a doença desde outubro de 2019. Ele vinha conciliando o tratamento com o cargo de prefeito, muitas vezes despachando direto do hospital. No entanto, no atual estágio da doença, o prefeito entendeu não ser razoável conciliar o tratamento com as obrigações do cargo.

Reveja a cronologia do caso:

28 de outubro de 2019

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), foi diagnosticado com um câncer na cárdia, a transição entre o estômago e o esôfago. Além do tumor, foram localizadas pelos médicos pequenas lesões no fígado e nos gânglios linfáticos, o que indicava, à época, a migração de células do tumor para outras partes do corpo. Ele descobriu o câncer ao tratar uma infecção na pele que evoluiu para uma trombose. Na época, ele se referiu ao diagnóstico como “um soco na cara”.

28 de abril de 2020

Exames demonstraram que o tratamento contra o câncer estava sendo “eficaz”, de acordo com a equipe médica de Covas.

29 de novembro de 2020

Um ano após o diagnóstico de câncer, Covas foi reeleito prefeito de São Paulo, após vencer, no segundo turno, o candidato do PSOL, Guilherme Boulos. Durante a campanha, ele participou de atos públicos e foi a debates com os demais candidatos.

18 de janeiro

Após a posse, Covas tirou dez dias de licença para “repouso e cuidados pessoais”. No período, ele se submeteu a sessões de radioterapia. Depois, voltaria a fazer a imunoterapia. Durante a licença, Covas foi com o filho adolescente para o Maracanã assistir à final da Libertadores, o que gerou polêmica devido às restrições da pandemia. Ele chamou as críticas de “hipocrisia generalizada”.

22 de fevereiro

Médicos do prefeito revelaram que a doença “ganhou” terreno e identificaram um nódulo no fígado de tamanho menor do que os tumores anteriores. Apesar disso, segundo os médicos, não houve mudança no status da doença, que seguia em recuperação.

16 de abril

Exames mostram que o câncer atinge também fígado e ossos do prefeito. Covas teve que passar por novas sessões de quimioterapia e radioterapia.

27 de abril

Após um procedimento para retirar líquido da caixa torácica, o prefeito de São Paulo teve alta. Embora tenha sido autorizado a trabalhar, os médicos pediram para evitar agendas públicas.

2 de maio

A equipe que cuida do prefeito decide por uma nova internação. Ele anuncia que vai se dedicar integralmente ao tratamento e pede 30 dias de licença do cargo.

Por Thiago Herdy (O Globo)

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