Se Flávio Dino ficar no cargo até dezembro de 2022, Brandão possivelmente será descartado na embalagem
O solicialista ex-comunista sonha ser vice de Lula, mesmo sabendo que a sua frente tem 11 pretendentes na corrida
Pelo que parece Carlos Brandão deve ser descartado por Flávio Dino ainda na embalagem. Em entrevista à Carta Capital, o governador do Maranhão fez declarações que podem mudar os rumos da sua própria sucessão e da única vaga que tem de senado na disputa em 2022.
O socialista, ao ser questionado sobre o seu futuro político, não descartou o cenário no qual ele permaneça no Palácio dos Leões até o fim de 2022, abdicando, desta forma, de concorrer a única vaga ao Senado que será aberta.
“É a tendência mais forte [candidatura ao Senado]. Nós temos conversado, ainda com muita calma, nós estamos em agosto e o prazo de desincompatibilização é em abril; e o prazo para as convenções é julho e agosto. Ou seja, nós temos um ano até lá. Mas é a tendência mais forte. Há um outro cenário de permanecer no Governo até o fim, por que seria uma forma até de contribuir para proteção da democracia. Fazer do governo uma trincheira de resistência democrática”, afirmou o socialista.
A informação prestada pelo próprio Dino figura como uma ducha de água fria nos planos do vice-governador Carlos Brandão (PSDB), que aguarda o mês de abril de 2022 para constatar a desincompatibilização do titular da cadeira e, desta forma, ter uma gestão estadual para chamar de sua e que possa pavimentar o seu projeto de reeleger-se.
A possibilidade de Flávio Dino permanecer no cargo até o fim do seu mandato também abre precedente para outras avaliações. Uma delas seria fortificar o nome do secretário estadual de Educação, Felipe Camarão (PT), e lança-lo como candidato ao Governo.
À Brandão, neste cenário, caberia um prêmio de consolação que poderia ser uma candidatura ao Senado ou ao cargo de deputado federal.
Camarão, vale destacar, se movimenta diariamente com o objetivo de estabelecer-se como uma espécie de terceira via. E o faz com a anuência do próprio Dino.
Por Clodoaldo Corrêa