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Vacinação de adolescentes: Médico Queiroga cumprindo ordem de um analfabeto

Ministério da Saúde mudou orientação sobre vacinação de adolescentes após questionamento de Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro questionou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, sobre a conveniência da vacinação em jovens com idades entre 12 a 17 anos que não apresentam comorbidades. Os dois se falaram antes do anúncio de Queiroga, nesta quinta, da orientação de que os adolescentes nessas faixas etárias não deveriam ser vacinados. Na live na noite desta quinta-feira, o presidente e o ministro trataram do assunto.

Queiroga disse que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)  aprovou a Pfizer e lembrou que o Ministério da Saúde, no início de agosto, editou uma nota técnica da Secretaria de Enfrentamento à Covid-19 que previa a vacina nesses adolescentes com comorbidades e, em uma situação mais adiantada, a vacina nos sem comorbidades.

— No entanto, temos informações da literatura mundial e também posições como o sistema de saúde inglês que restringiu a vacina nos adolescentes sem comorbidades. Então, o que o Ministério da Saúde fez? Na nota técnica 40 da Secovid, retirou os adolescentes sem comorbidades. O senhor (Bolsonaro) tem conversado comigo sobre esse tema e nós fizemos uma revisão detalhada no banco de dados do dataSUS – afirmou Queiroga.

Na sequência, Bolsonaro confirmou que tratou do assunto com o ministro e que fez ingerência, mas negou ter obrigado Queiroga a adotar qualquer medida.

— A minha conversa com o Queiroga não é uma imposição. Eu levo para ele o meu sentimento, o que eu leio, o que eu vejo, o que chega ao meu conhecimento. Você pode ver como está a situação: a OMS é contra a vacinação entre 12 e 17 anos. A Anvisa, aqui no Brasil, é favorável à vacinação de todos os adolescentes com a Pfizer. É uma recomendação. Você é obrigado a cumprir a recomendação? — disse o presidente.

Queiroga, então, respondeu:

— Não. Não sou obrigado. A OMS se manifesta que devemos ampliar a cobertura vacinal nos mais vulneráveis.

O ministro disse ainda que, ao checar os dados do DataSUS, descobriu que, de agosto até agora, cerca de 3,5 milhões de adolescentes foram vacinados com vacinas diversas, apesar de apenas a Pfizer ser a indicada para esses jovens.

Mudança

 O Ministério da Saúde emitiu uma nota técnica na quarta-feira recomendando que não haja vacinação em adolescentes sem comorbidades. A nova orientação revisa uma diretriz anterior da pasta e restringe a imunização a “adolescentes de 12 a 17 anos que apresentem deficiência permanente, comorbidades ou que estejam privados de liberdade, apesar da autorização pela Anvisa do uso da Vacina Cominarty (Pfizer/Biontech)”.

A mudança de rumo do ministério pegou de surpresa médicos e famílias. Grande parte do país já aplicou a primeira dose da Pfizer nesse público, incluindo capitais como Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Salvador e muitas outras. Os especialistas, porém, pedem tranquilidade às famílias e asseguram que a vacinação é segura.

O presidente ainda falou de riscos de efeitos colaterais nesses adolescentes.

— Se tivermos efeitos colaterais graves, eu quero saber quem vai se responsabilizar. Nós aqui estamos fazendo a coisa certa — afirmou Bolsonaro.

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