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A mesma Atibaia que deixou Bolsonaro feliz, agora lhe deixa com dor de cabeça

A pergunta 'onde está Queiroz' é respondida com Bolsonaro acuado após prisão do amigo

Foi na mesma Atibaia em que um sítio rendeu ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a segunda condenação na Lava-Jato que a Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro. É uma coincidência. Mas o fato de Queiroz estar em uma casa de Frederick Wassef, advogado do presidente Jair Bolsonaro, não é. Wassef estava ontem na posse do ministro das Comunicações, Fábio Faria, no Palácio do Planalto, o que evidencia sua proximidade com Bolsonaro.

O local da prisão elimina qualquer chance de os Bolsonaros tentarem se afastar do ex-assessor, investigado por movimentações financeiras que indicam a prática de “rachadinha” — o recolhimento de parte dos salários da equipe de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro em proveito do filho 01 do presidente.

Desde que as suspeitas foram reveladas, a pergunta “Onde está Queiroz?” tornou-se um bordão para provocar Bolsonaro e os seguidores do presidente. A resposta chegou na semana em que Bolsonaro está politicamente acuado. Seus seguidores foram alvos de busca e apreensão no inquérito dos atos antidemocráticos, em que também foram quebrados os sigilos de parlamentares bolsonaristas. Além disso, o ministro Abraham Weintraub foi mantido na investigação das fake news e ataques contra o Supremo Tribunal Federal. Também por isso, é grande a pressão para que Weintraub, que se tornou ídolo de bolsonaristas, saia da pasta da Educação.

Queiroz agora será levado para depor. Sua mulher também teve a prisão pedida. Mesmo que o ex-assessor fique calado no depoimento, o endereço de Atibaia pôs de volta no colo de Bolsonaro a investigação das rachadinhas.

Por Gustavo Alves (O GLOBO)

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