Debate mostra Lahésio sem propostas, Edivaldo acusador, Brandão pisando em ovos, um Simplício atacante e um Weverton com propostas
Durante o debate, alguns candidatos se preocuparam em acusar, esqueceram suas propostas e deixaram o eleito ainda mais com o pé atrás

O debate realizado pela TV Mirante na noite desta terça-feira (27) serviu para separar os homens dos meninos. Marcado por acusações e denúncias entre os candidatos, o que deveria ser um espaço para o eleitor decidir em quem votar no próximo domingo (2), acabou caindo no ostracismo, ficando sonolento e pouco proveitoso para quem estava em casa na frente da TV.
Os mais expostos foram o atual governador Carlos Brandão, por conta do caso do sobrinho e possível propina na Seduc, e o ex-prefeito Edivaldo Holanda Júnior, por causa do possível escândalo de corrupção em sua gestão na prefeitura de São Luís na compra de produtos da Covid e na CPI dos transportes. No confronto, Weverton Rocha foi o que conseguiu responder bem os ataques, contra-atacar, além de ainda conseguir apresentar propostas e mostrar que tem um plano de governo definido e concreto para o Maranhão.
O ponto alto do debate foi quando o governador Carlos Brandão admitiu que seu sobrinho Daniel Brandão estava na cena do crime do caso João Bosco, morto dia 19 de agosto por Gilbson Cutrim, assassino confesso, e que o governo de fato pagou a empresa inabilitada o valor que seria alvo da possível propina da Seduc, que teve como secretário, o vice de Brandão, Felipe Camarão (PT). Simplício chegou a dizer que existia um defunto no meio do debate e isso precisaria ser explicado.
Edivaldo soltou sua metralhadora pra cima de Weverton sobre o caso do Ginásio Costa Rodrigues e o pedetista afirmou que o processo está encerrado e que o próprio Edivaldo responde a processo de corrupção na educação e não entregou as creches que prometeu. Weverton liquidou Edivaldo ao afirmar que o ex-prefeito de São Luís, não saía de sua casa pedindo apoio para reeleição em 2016.
Simplício no começo perguntou diretamente para Brandão sobre convênios eleitoreiros e que não geram empregos. Também comentou sobre o que ele fazia na pandemia. O governador se atrapalhou todo, pediu pra perguntar de novo. Depois de estar todo enrolado, respondeu que o governo teve o melhor desempenho sobre a Covid, mas mostrou que pouco conhece da gestão do ex-governador Flávio Dino. Sobre os convênios, disse apenas que “não foram tantos”.
Brandão trocou figurinha com Enilton Rodrigues, como esperado, em todas as vezes que se enfrentaram. Ao final do debate, Enilton pareceu o Padre Kelmon debatendo com Bolsonaro, mostrando claramente que a candidatura do PSOL é apenas para cumprir tabela nesta eleição.
Em um certo ponto do debate, Weverton colocou logo que existe o Maranhão da ilusão que o Brandão vende na publicidade e o real, onde o povo realmente mora. Como ele teve embate com Lahesio, demonstrou a falta de investimento na educação de São Pedro dos Crentes. Weverton atacava baseado em fatos, Lahésio se defendia baseado em fakes.
Edivaldo partiu pra cima de Lahesio com a acusação de corrupção de possível desvio de R$ 44 milhões da prefeitura de São Pedro dos Crentes. Os dois também discutiram corrupção e Lahesio lembrou que Edivaldo é acusado de desviar recursos na pandemia.
O laranjismo de Edivaldo com Brandão chamou muita atenção. Quando o ex-prefeito teve a oportunidade de perguntar sobre corrupção e o tema da corrupção na Seduc estava em alta, ele preferiu fazer uma pergunta genérica e não confrontou o governador com os escândalos de corrupção de seu governo. Ai tem, como diria Ciro Gomes!
Ainda no primeiro bloco, Lahésio Bonfim, mostrou seu despreparo técnico e psicológico ao atacar a iniciativa privada, mesmo sendo um empresário milionário, dono de fazendas, postos de combustíveis, simplesmente para desestruturar o candidato Simplício Araújo. Ao fazer a pergunta para Simplício, Lahésio chamou o candidato do Solidariedade, de candidato da iniciativa privada, como se Lahésio fosse governar sem as empresas. O ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, acabou falando sem pensar, mostrado que não sabe nada de gestão pública.
Por Clodoaldo Corrêa