Jornalista Adriana Araújo continua afastada da RecordTV
Com a nova linha editorial implantada por Edir Macedo após Bolsonaro assumir o governo, Adriana Araújo não aceitou aliar sua imagem ao governo
A apresentadora Adriana Araújo está afastada do principal telejornal da Record TV, ao qual apresentava ao lado de Celso Freitas. O motivo do afastamento seria a não concordância da apresentadora com a linha editoral da emissora da Igreja Universal. Adriana Araújo foi substituída por Janine Borba.
A situação de contrariedade da apresentadora chegou ao limite após uma reportagem, que mostrava a caótica situação do sistema de saúde de Manaus-AM. A matéria exibia informações sobre os caminhões frigoríficos que estavam sendo utilizados para armazenar corpos de vítimas da Covid-19.
Adriana teria tido uma discussão com o chefe, Antônio Guerreiro, sobre a linha editorial do “Jornal da Record”. Segundo a publicação do Site Notícias da TV, Adriana Araújo teria se incomodado por estar “emprestando sua imagem a um telejornal governista”, que defende Bolsonaro mesmo estando errado.
No entanto, Adriana teria deixado bastante claro a colegas de trabalho que apenas age como profissional e que busca por um telejornal que leve um bom jornalismo, e nada mais.
Contratada em 2006 para ser “a Fátima Bernardes da Record”, Adriana teve uma crise de choro em abril, após a edição do telejornal, e saiu de férias no dia seguinte. Desde que voltou, continua travando uma guerra diária nos bastidores da TV por um jornalismo menos chapa branca. A orientação do dono da emissora é por um tratamento mais suave, sem histórias dramáticas, sem críticas ao governo, um mundo bem diferente do que se vê na Globo.
Ao contrário da TV Globo, a emissora do autointitulado ‘bispo’ Edir Macedo, visa beneficiar o governo de Jair Bolsonaro, simplesmente de olho na grande fatia da publicidade do governo federal.
Já o SBT, canal de propriedade do empresário Senor Abravanel (Sílvio Santos), também adota uma linha pró-bolsonaro. Sílvio chegou a dar espaço para Jair Bolsonaro em seu programa — um dos campeões de audiência da emissora paulista.
O SBT, aparentemente, tem visão financeira ao ceder seu apoio incondicional ao governo Bolsonaro. A emissora de Edir Macedo, que recebe milhões de reais da Igreja Universal do Reino de Deus, tem o único objetivo de antagonizar com a TV Globo e aumentar seu poder financeiro e sua influência no país.
A TV Globo, principal alvo de Jair Bolsonaro, investe sua força jornalística na exibição de reportagens que mostram as falcatruas do governo e de familiares de Bolsonaro e as constantes infrações do presidente.
A CNN Brasil, a mais jovem das emissoras brasileiras, tem buscado seu espaço, no entanto, tropeça na fraca audiência ao exibir um jornalismo mais fraco. A emissora pontua melhores resultados em programas que contam a apresentação de antigos funcionários da Globo, como Monalisa Perrone e Willian Waak.
Procuradas, Record e Adriana Araújo não quiseram se manifestar sobre a polêmica.
Por Paulo Braga (tudoemdia.com)