A BOLA & O CRAQUE

Luto: Morre o Rei Pelé, aos 82 anos, vítima de um câncer

Pelé jogou no Estádio Nhozinho Santos contra a Seleção Maranhense

O futebol brasileiro perdeu seu único Rei. Nesta quinta-feira (29), morreu aos 82 anos, o atleta do século, o mineiro Edson Arante do Nascimento (Pelé), o maior jogador da história do futebol mundial.

A família ainda não divulgou detalhes sobre o velório, mas uma estrutura foi montada na Vila Belmiro nos últimos dias para receber a vigília. O sepultamento ocorrerá em Santos.

Pelé estava internado desde 29 de novembro no hospital Albert Einstein, em São Paulo. A internação ocorreu em virtude de uma infecção respiratória após ele contrair Covid-19 e para a reavaliação do tratamento de um câncer no cólon. Na tarde desta quinta-feira, por volta das 16h, o hospital anunciou a morte do Rei.

O início em Bauru

Alguns passos, dribles e gols depois, já convertido em Pelé, passou a defender o juvenil do BAC. Foi bicampeão da liga de Bauru (1954 e 1955). Em 1956, o ex-meia da seleção brasileira Waldemar de Britto viu jogar Pelé jogar, e convenceu Dondinho a levá-lo para um grande clube.

Titular no Santos com 15 anos

Aos 15 anos, Pelé chegou sozinho ao Santos (SP). Conquistou a diretoria e assinou o primeiro contrato. Ele seria titular do Santos já em 1957.

No Paulistão e no Santos, Pelé despontou para o mundo. Foram 26 títulos importantes em 18 anos de Santos, incluindo os bicampeonatos da Libertadores e do antigo Mundial de Clubes (1962 e 1963). A coleção completa, incluindo torneios de verão, supera 40 troféus. Seu desempenho no Paulista de 1957 o levou a ser convocado para a seleção brasileira.

Seleção brasileira

Com 16 anos e oito meses, foi, na época, o mais jovem atleta a defender a seleção principal. Na Copa do Mundo de 1958, vencida pelo Brasil, marcou seis gols, incluindo o da classificação contra o país de Gales (1 a 0), três na semifinal contra a França (5 a 2) e dois na final, contra a Suécia, dona da casa, atuação que lhe rendeu o título de “Rei”, concedido pela imprensa e torcedores franceses. Na Copa de 1962 contundiu-se na segunda partida e deixou a tarefa da vitória para os jogadores Amarildo e Garrincha. Chegou ao auge na Copa de 1970, no México, quando liderou a conquista do tricampeonato brasileiro. No auge da fama e do reconhecimento internacional, decidiu deixar a seleção em 1972.

Foi o primeiro jogador a marcar mil gols na carreira. Também foi o mais premiado atleta do futebol mundial, com mais de 60 títulos na carreira e 20 títulos e honrarias individuais, em 1981 foi eleito o Atleta do Século XX pelo jornal esportivo francês “L’Equipe”. Em 2014 recebeu da Fifa, de forma honorária, a Bola de Ouro, premiação ao melhor jogador do mundo.

Após se aposentar do futebol, atuou em filmes, foi cantor e compositor. Casou-se duas vezes, e teve oito filhos. Nos últimos anos, enfrentou duas cirurgias para colocar próteses do quadril e uma cirurgia corretiva da coluna. Teve também problemas renais. Uma joelhada nas costas danificou definitivamente um dos rins em 1974. O órgão foi removido. Isso o levou a problemas de saúde que culminaram em seguidas internações, a mais séria delas no final de 2018, em Paris. Em 2021, em meio à pandemia da covid, teve diagnosticado o câncer. O tumor começou no intestino, removido parcialmente, mas atingiu também o fígado e o pulmão.

Por Clodoaldo Corrêa

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