Título de Capitalização Maracap é acusado de calote por ganhadora
Ela usou a rede social para fazer a denúncia. Maracap não é mais "réu" primário
O Título de Capitalização Maracap volta a ser acusado de calote. Desta vez a denúncia foi feitja por uma moradora do bairro Maiobão, em Paço do Lumiar-MA. Ela diz que foi sorteada há 4 meses e nunca recebeu o valor do prêmio. “Toda vez que mando mensagem pra lá, eles ficam […] dizendo que ainda não tem data para pagar, passa dois, três dias eu mando novamente e até hoje nada…”, descreveu a ganhadora em um vídeo que circula nas redes sociais.
A quantidade de denúncias graves pôe em xeque a credibilidade do Maracap, que vem sendo acusado de possíveis calotes desde 2017 e até hoje o Ministério Público nunca se manifestou. As autoridades e órgãos fiscalizadores precisam agir urgentemente nesse caso.
Só mente em 2024, já foram registadas várias denúncias no site Reclame AQUI, acusando a empresa Maracap de calote. Em outras denuncias já publicadas em 2017 na imprensa local, o jornalista Marcos Aurèlio D’Eça fez a denúncia documentada (VEJA AQUI), onde ganhadores afirmam ss que foram obrigados a dividir valor dos prêmios com outros supostos ganhadores, que só são apresentados no momento do recebimento. O caso precisa ser levado ao conhecimento Ministério Público urgente.
No dia 12 de março de 2024 uma denúncia sobre um suposto calote do Maracap foi registrado no site do Reclame AQUI. “Fui contemplado no Maracap com o prêmio de R$2.500 reais, hoje faz 15 dias que dei entrada na retirada do prêmio, eles gravaram vídeo e tudo como se tivesse me entregando o prêmio e até hoje o dinheiro nunca caiu na conta”, disse o possível ganhador.
Já no último dia 19 de junho de 2024, um ganhador do Maracap registrou no site Reclame AQUI, que teria levado um calote do Maracap. “Fui contemplada no sorteio do dia das mães, com as rodadas da sorte de 500 reais. Entrei em contato com a empresa. Fiz tudo que pediram. Me deram o prazo de 15 dias úteis pra que o valor caísse na minha conta. O prazo não foi cumprido e até hoje, não recebi um centavo. Toda vez que entro em contato, a resposta é: Tá com o financeiro, assim que ele pagar, lhe mando o comprovante. Hoje já se passaram 23 dias úteis! É uma palhaçada!”, escreveu a denunciante.
Uma denúncia grave, documentada e registrada põe em xeque a credibilidade dos sorteios do programa Maracap, transmitido semanalmente na televisão. Na época quem fez a denúncia foi o ex-vereador Fábio Câmara, e inclusive levou o caso à Polícia Federal e ao Ministério Público – onde o Maracap já era acusado de supostamente criar ganhadores-fake para forçar os verdadeiros ganhadores a dividirem o prêmio.
GANHADOR SUPOSTAMENTE FAKE
A primeira denúncia diz respeito à 5ª edição do sorteio, realizado no dia 18 de setembro de 2016. O programa teria anunciado um vencedor do 4º prêmio (uma S10 Advant), mas não deu o nome, como deveria acontecer obrigatoriamente.
Ocorre que o verdadeiro ganhador J.R.S.C (o nome está mantido em sigilo, mas o Maracap também tem os dados) estava acompanhando o sorteio e constatou ter batido no mesmo prêmio. No dia seguinte, em 19 de setembro – mesmo sem ter recebido a ligação da empresa, como ela anuncia que faz – J.R. teria ido à sede do Maracap, de posse do Certificado nº 064105, comprovando ter batido.
Os gerentes identificados por Sidney e Valdemar teriam constataados que o certificado havia batido, de fato, mas comunicaram ao ganhador que outros dois apostadores – G. C. Jr. e R.V.P. – também haviam batido no mesmo prêmio. Seu J.R. foi obrigado adividir por três o valor de R$ 82 mil, recebendo em espécie o valor e R$ 27,3 mil, no financeiro da empresa.
– Esta é a suspeita de que a empresa pode estar forjando ganhadores para forçar os verdadeiros a ter que dividir o prêmio. Isso é um crime grave – afirmou Fábio Câmara.
Os dois vencedores apresentados pelo Maracap em seu site, em vez de dividir o prêmio por três, teriam dividido apenas por dois, recebendo cada um R$ 42 mil. O dois nem teriam tomado conhecimento de que J.R. havia ganhado junto com eles, e receberam o dinheiro em cheque assinado pela Invest Capitalização, segundo Ata do sorteio.
Essa divisão já havia leva à suspeita de que seu J.R.S.C. pode ter sido enganado para receber apenas 1/3 do prêmio que merecia, o que estaria dando um excelente lucro para a empresa. Não foi a primeira vez que Fábio Câmara chamou atenção das autoridades judiciais para as atividades do Maracap.
Em outubro de 2015, Câmara chegou a denunciar o Título de Capitalização ao Ministério Público por suspeitas de lesão aos ganhadores. A empresa passou quase dois anos fechada até se readequar. (Relembre aqui e aqui).
SORTEIO ERRADO
No mesmo sorteio de 18 de setembro, a Maracap anunciou como vencedores do segundo prêmio (uma Moto Honda CG 150 Start) R. N. L. S. e E. N. S. J. Mas, após a documentação dos ganhadores chegar à Invest Capitalização, “constatou-se” que o título de R.N.L.S. (nº 215778) não seria o vencedor, mas o título de número 215780, pertencente a J. M. A.
Mesmo assim, o concurso pagou R$ 3.750,00 a R.N.L.S, em um cheque assinado pela empresa F & M Promoções & Serviços, como se dividisse o prêmio. Mas apenas dois dos vencedores apareceram no site da empresa Maracap.
– Fica evidente que há manipulação nas premiações e algumas pessoas são pagas em espécie para n~çao levantar suspeitas. A Polícia Federal precisa investigar a fundo este dossiê. E é isso que vou encaminhar às instituições responsáveis – afirmou Fábio Câmara.
O ex-vereador cita ainda várias outras irregularidades no funcionamento do Maracap, como favorecimento a regionais, sorteio antecipado de ganhadores da rodada da sorte e até a realização de sorteios sem a chancela de um título de capitalização, o que seria ilegal.