PINHEIRO-MA

Twitter classifica como ‘enganosa’ publicação do Ministério da Saúde

Publicação da deputada federal Carla Zambelli sobre Covid-19 também foi classificada como enganosa

O Twitter indiciou que uma publicação do Ministério da Saúde pode conter “informações enganosas e potencialmente prejudiciais”. A postagem, da última terça-feira, orienta a população a quem apresentar sintomas da Covid-19 a solicitar o “tratamento precoce”, nome dado pelo pasta ao tratamento com remédios sem eficácia comprovada contra o novo coronavírus.
Ministério da Saúde
A rede social indicou que não excluiu a publicação por considerar que ela pode ser de interesse público. Foi o mesmo tratamento dado na sexta-feira a uma postagem do presidente Jair Bolsonaro, também sobre o “tratamento precoce”.
O Ministério da Saúde foi procurado para comentar a medida, mas ainda não respondeu. Desde o início da pandemia, pasta vem pressionando secretarias de saúde a utilizar precocemente medicações antivirais, sem eficácia comprovada, para o tratamento da Covid-19.
Em maio, uma nota do ministério informava que os medicamentos orientados pelo órgão para o tratamento precoce de pacientes com a doença eram a cloroquina e a hidroxicloroquina, além do antibiótico azitromicina. As drogas, no entanto, não têm eficácia comprovada contra a doença.
A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) não recomenda tratamento precoce contra a Covid-19 com nenhum medicamento.
“Os estudos clínicos randomizados com grupo controle existentes até o momento não mostraram benefício e, além disso, alguns destes medicamentos podem causar efeitos colaterais. Ou seja, não existe comprovação científica de que esses medicamentos sejam eficazes contra a COVID-19”, disse a SBI em publicação no Twitter na quinta-feira.

Nos últimos dias, o Twitter vem adotado a prática de alertar usuários sobre publicações com potencial de desinformação.

Além de Bolsonaro e o perfil do Ministério da Saúde, uma publicação da deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) em quem defende uso de medicamentos com eficácia não comprovada para o “tratamento precoce da Covid-19” também recebeu a mesma classificação.

A publicação que infingiu as regras da rede social afirma que estudos clínicos demonstram que o tratamento precoce da Covid-19 com remédios usados contra a malária — cloroquina e hidroxicloroquina — podem reduzir a progressão da doença. Não há, todavia, comprovação da eficácia desses medicamentos contra o novo coronavírus.

Em suas regras sobre como lidar com a desinformação envolvendo a pandemia de Covid-19, o Twitter informa que pode sinalizar ou remover publicações que tratem de “informações falsas ou enganosas sobre a eficácia ou a segurança de medidas preventivas, tratamentos ou outras precauções para mitigar ou tratar a doença”, entre outros casos.

Desde a semana passada, Bolsonaro e apoiadores começaram a migrar para o Telegram, em reação à decisão do Twitter de banir Trump da rede social permanentemente. Além do presidente, seus filhos Flávio e Eduardo Bolsonaro também criaram canais na plataforma de mensagens instantâneas.

Por (O Globo)

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