Cemar vai ter que criar uma nova política de corte de energia após morte de funcionários
A forma como a Cemar vem agindo pode ter sido o estopim para a execução de 2 prestadores de serviços
A violência no Maranhão é um caso para ser estudado o quanto antes, e não dar para ficar tentando tapar o sol com a peneira ou fazer guarda-chuva de papel toalha. Faz tempo que o sossego dos maranhenses acabou e paz já não reina em algumas cidades ou bairros há muito tempo. O crime está tomando conta do estado e as autoridades estão fingindo que estão resolvendo a situação. Na manhã desta terça-feira (15), dois trabalhadores foram executados enquanto trabalhavam, na Região Metropolitana da Grande Ilha de São Luís.
Segundo o que circula nos bastidores, a desculpa para as execuções foi a política de corte de energia da Companhia Energética do Maranhão (Cemar), que nos últimos meses tem deixado os consumidores bastante revoltados, o que não justifica a morte de dois prestadores de serviços da companhia. A Cemar precisa valorizar mais a vida de seus prestadores de serviços, antes de pensar apenas no lucro. A polícia investiga os motivos que levaram a morte dos dois trabalhadores.
Após essa tragédia, a Cemar vai ter que criar uma nova política de corte de energia, principalmente em áreas de risco, como invasões e bairros de periferias, locais onde a polícia pouco frequenta e o número de marginais é maior que em outros locais. A polícia civil do Maranhão tem a obrigação de concluir o inquérito e a Cemar tem mais que a obrigação de dar toda assistência aos familiares das vítimas, além de cobrar das autoridades punição aos envolvidos.
Nossa equipe tentou contato com o executivo de comunicação da Cemar, Luiz Carlos Cardoso, que estava com seu celular fora de área no momento da ligação. Mas o Portal G7 abre espaço para a Companhia Energética do Maranhão (Cemar), caso queira se manifestar sobre o tema, que chocou o Maranhão. Uma Nota da Cemar foi enviada à imprensa.
Leia a íntegra da nota
“A Cemar e o Consórcio Norte, empresa prestadora de serviços, informam que irão acompanhar os trabalhos de investigação pelas autoridades policiais do homicídio ocorrido na manhã desta terça-feira (15), no Sítio Natureza, em Paço do Lumiar, vitimando os colaboradores João Victor Melo e Francivaldo Carvalho da Silva. Cabe esclarecer que a Companhia e o Consórcio Norte irão acompanhar e colaborar com o trabalho de investigação da polícia, que deverá identificar as causas que levaram ao homicídio. Neste momento as empresas lamentam e se solidarizam com os familiares e estão empenhadas em prestar toda assistência necessária”
As duas vítimas foram identificadas como João Victor Melo e Francivaldo Carvalho da Silva, executados na manhã desta terça-feira (15), no bairro Sítio Natureza, no município de Paço do Lumiar, situado na Região Metropolitana de São Luís. Francivaldo era evangélico e se congregava na Igreja Assembleia de Deus, uma das mais tradicionais igrejas evangélicas do Brasil, que hoje completa 97 anos de história, em um dia triste para todos os integrantes da agremiação.
ENTENDA O CASO
De acordo com informações da polícia, colhidas pelo Portal G7, as vítimas estavam trabalhando e teriam ido até o local realizar o corte de energia elétrica em uma das residências do bairro. Após a realização do serviço, eles foram surpreendidos por disparos de arma de fogo quando já estavam no interior do veículo da empresa.
João Victor Melo e Francivaldo Carvalho da Silva não resistiram a gravidade dos ferimentos e morreram dentro do carro. Os disparos atingiram os dois na cabeça. A polícia realizou buscas para tentar capturar os acusados e prendeu dois suspeitos do duplo homicídio em Paço do Lumiar. Moradores de outras residências, que tiveram a energia cortada, foram ouvidos pela polícia.
A PRISÃO DOS SUSPEITOS
Os dois suspeitos presos, segundo o Coronel Aritanã, comandante do CPAM II, foram levados para a Superintendência de Homicídio e Proteção à Pessoa (SHPP), na Avenida Beira Mar, no Centro da capital maranhense. Eles serão ouvidos pelo delegado Jefrey Furtado, que esteve no local do crime.
O criminoso identificado como Pablo Martins Silva, o “de menor”, de 18 anos, um dos suspeitos do crime, não está entre os presos.
Há suspeitas de que os assassinos tenham ligações com uma facção criminosa que atua na região, onde seria “proibido” o corte de energia elétrica.