Com grande maioria dos aliados na campanha de Bolsonaro, Flávio Dino abandonou a campanha de Lula no Maranhão

Já estamos entrando na reta final da campanha de segundo para a presidente da República. No Maranhão, a mobilização da campanha do ex-presidente Lula é capitaneada principalmente pelo ex-governador e senador eleito Flávio Dino (PSB).

Mas tem chamado muita atenção a postura de um membro do partido socialista no estado: o deputado federal com mais votos do partido de Flávio Dino simplesmente não participa da campanha de Lula.

Diferente do que fez em 2018 na campanha de Fernando Haddad, o ex-governador Flávio Dino ainda não mobilizou seus aliados em busca de angariar mais votos para Lula neste segundo turno. Com mais da metade de seus aliados em campanha com Bolsonaro, Dino deixou esfriar a campanha após ser eleito senador. Faltando 12 dias para a eleição, o Maranhão ainda aguarda grandes eventos políticos nas maiores cidades do Maranhão. Isso ainda não aconteceu e pode ser prejudicial à candidatura de Lula, que mesmo liderando as pesquisas, ainda sim, corre grande risco, já que Bolsonaro está com a máquina na mão e um Orçamento Secreto nas mãos de seus cabos eleitorais.

Padrinho político de Duarte Júnior, deputado estadual e eleito deputado federal com 111.019 votos, Flávio Dino silencia e deixa seus afilhados fazerem o que querem, inclusive declarar apoio a Bolsonaro, como fez o deputado estadual Yglésio Moysés, que só abriu a boca para dizer que é bolsonarista, após ser eleito. Assim como Yglésio, Fufuca, Pedro Fernandes e tatos outros, já declararam voto no adversário de Lula.

Duarte que está em cima do muro a mando sei lá de quem, foi o oitavo candidato a deputado federal mais votado no Maranhão. Mas todos os sete mais votados à frente de Duarte são aliados Nº 01 de Bolsonaro ou neutros no segundo turno.

Ou seja, a posição de Duarte é fundamental para tentar melhorar a votação de Lula, principalmente em São Luís, principal base eleitoral de Duarte, onde teve 76.264 e em 2020 acabou se declarando bolsonarista, já que era filiado ao PRB, sigla por onde disputou a prefeitura de São Luís e perdeu para Eduardo Braide.

Durante entrevista nesta segunda-feira (17), na TV Mirante, em nenhum momento o ex-palhaço pediu votos ou citou o nome de Lula. Em suas redes sociais nenhuma menção de Lula ou pedido de votos. É estranho, alguém filiado ao PSB, ser oposição ao próprio grupo político que faz parte. Isso Mané Cappelli não mostra!

Circula nos bastidores da Rádio Peão FM, que essa tática estaria sendo executada por ordem de seu padrinho, Flávio Dino. Que o ex-governador Flávio Dino de fato é um político inteligente, isso ninguém pode negar. Mas a frieza do agora senador eleito é algo espantoso. Ele enxerga sempre à frente, deixando uma carta na manga já prevendo cenários futuros nas eleições municipais de 2024 em São Luís, podendo montar novo consórcio para tentar tirar Eduardo Braide do Palácio La Ravardiere.

Como todos já sabem, Duarte Júnior é o pré-candidato a prefeito de São Luís em 2024 de Flávio Dino, já que o vereador e ex-secretário de Cultura do Estado, Paulo Victor deverá entrar na briga com o apoio irrestrito do governador Carlos Brandão.

Caso Bolsonaro seja eleito dia 30 de outubro, na segunda-feira (31), é capaz que Duarte Júnior declare ser bolsonarista e passe a levantar essa bandeira visando a prefeitura de São Luís. A política é muito dinâmica e tudo pode acontecer.

Caso Lula seja derrotado, Flávio deixa Duarte bem no meio do público bolsonarista e com condições de flertar com esse eleitorado na capital, tendo até a justificativa de que nas eleições de 2020 fez questão de dizer que com orgulho era do partido dos filhos de Bolsonaro (Republicanos, na época).

Duarte sempre foi oportunista, sabe usar as armas que tem, principalmente sendo assessorado pelo padrinho Flávio Dino. Que Eduardo Braide coloque as barbas de molho, que 2024 está do outro lado da esquina e até agora ainda não disse a que veio fazer.