Dedé Macedo, pai do deputado Fábio Macedo é acusado de ameçar ex-candidata Branda Carvalho (Podemos)

A novela envolvendo a suposta candidata “Laranja” do Podemos, Branda Carvalho, que teria recebido R$300 mil reais do Fundo Partidário para campanha eleitoral e só obteve 18 votos, está cada vez mais longe de seu final. Brenda, que teria passado parte da campanha eleitoral curtindo no Rio de Janeiro e Recife, teria sido usada pelo Podemos apenas para compor a cota de gênero. E como ela não teria aceitado assinar documentos de movimentações financeiras do Fundo Partidário de Campanha, acabou se tornando alvo da família Macedo.

No último dia 14 de novembro, Brenda Carvalho, ex-candidata a vereadora em São Luís, denunciou à Polícia Federal, ameaças que teriam origem na recusa de assinar documentos ligados à movimentação de recursos do Fundo Eleitoral pelo Podemos. As ameaças incluem mensagens intimidatórias e ações suspeitas em frente à sua loja, localizada no Araçagi.

De acordo com o documento da denúncia na Polícia Federal, o autor das ameaças seria o todo poderoso Dedé Macedo, pai do deputado federal Fábio Macedo e avô do vereador eleito Fábio Macedo Filho. Segundo informações, as ameaças intimidatórias começou após a imprensa divulgar a prestação de campanha de Brenda Carvalho, que não corresponde com sua pífia votação e sondo assim, o Podemos pode ter chapa cassada pelo TRE-MA.

Caso fique comprovado que o Podemos usou Brenda Carvalho para fraudar a cota de gênero, para supostamente beneficiar outros candidatos, os três vereadores eleitos pelo partido ; Wendell Martins, Raimundo Júnior e Fábio Filho (neto de Dedé Macedo) podem perder seus mandatos, se o Tribunal Regional Eleitoral tiver coragem para aplicar a súmula 73 publicada pela Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia.

As ameaças contra Brenda teria o objetivo de força-la a assumir que partiu dela o crime de candidatura fraudulenta, uma vez que ela recebeu R$300 mil reais do fundo partidário e não realizou campanha obtendo apenas 18 votos. Também chama a atenção a prestação de contas da ex-candidata. Entre os serviços gráficos contratados aparece a confecção de 400 adesivos perfurados para carro, o que na verdade pode ter saído na conta de Brenda para beneficiar os eleitos, incluindo o Neto de Dedé Macedo.

A Empresa contratada para realizar os serviços gráficos  de Brenda Carvalho e praticamente de todos os candidatos do Podemos suspeitos de “Laranja” é do empresário e produtor Kleber Moreira, amigo pessoal da família Macedo. A suspeita é que os dirigentes do partido teriam usado a empresa do amigo para lavar dinheiro do fundo eleitoral com serviços fictícios, simplesmente para beneficiar Fábio Macedo Filho, que não recebeu grana do fundo partidário, mas foi eleito.

DESEMPENHO NAS URNAS

Ex-candidata a vereadora em São Luís pelo Podemos, Brenda recebeu R$ 300 mil do Fundo Eleitoral em 2024, mas obteve apenas 18 votos. A discrepância entre o valor recebido e o desempenho nas urnas levantou questionamentos sobre a sua candidatura. Essa foi sua terceira tentativa política. Em 2022, como candidata a deputada federal pelo PL, Brenda recebeu R$ 100 mil e obteve 998 votos. Em 2020, disputando pelo PSC, recebeu cerca de R$ 3 mil e conquistou 263 votos.

SUPOSTOS “LARANJAS”

Brenda Carvalho teria relatado que sua candidatura em 2024 visava cumprir a cota de 30% de mulheres candidatas, sem realizar uma campanha efetiva. A chapa do Podemos apresentou outros casos incomuns, como o de Professor Lisboa, que recebeu R$340 mil e João Pedro, que abocanhou R$500 mil do Fundo Partidário. Ana Lobo, que recebeu R$250 mil do Podemos, mas só obteve 394 votos e Simone Karla, que recebeu R$300 mil do partido e obteve apenas míseros 320 votos nas urnas e Rebeca Braga que recebeu do Podemos a bagatela de R$350 mil e obteve 526 votos.

AMEAÇAS E REGISTRO NA POLÍCIA

A reportagem do G7 teve acesso a um Boletim de Ocorrência (B.O) registrado no último dia 14 de novembro de 2024 por Brenda Carvalho. Nele, Brenda ralata ameaças recebidas por mensagens de texto. Segundo Brenda, as mensagens mencionavam “providências” em relação ao vazamento de informações sobre fundo partidário do Podemos.  Ela apontou José Wilson de Macedo, avô do presidente municipal do partido, Fábio Henrique Dias de Macedo Filho, como um dos envolvidos nas ameaças. Brenda afirmou que, após recusar a assinatura dos documentos, foi bloqueada nas redes sociais pelo grupo.

A ex-candidata a vereadora afirmou ter se recusado a assinar documentos relacionados à movimentação finaceira de fundo partidário recebido durante a campanha. Além disso, Brenda relatou a presença constante de carros com vidros escuros estacionados em frente à sua loja, localizada no bairro Araçagy, em São José de Ribamar, o que tem intensificado muito medo. Também informou que sua sogra teria recebido uma ligação de um número desconhecido perguntando por ela, aumentando ainda mais suas suspeitas.

Por Macelo Vieira