Plataforma de financiamento do Terça Livre sai do ar
Só no Brasil que marginais procuram na justiça seus direitos após violar direitos alheios
Após o canal bolsonarista Terça Livre ser suspenso permanentemente do YouTube nesta quinta-feira (4), a página para assinantes do blog também saiu do ar durante o dia de hoje (5). A ofensiva contra o blog de Allan dos Santos fez com que membros da base do governo se mobilizassem. Fontes ouvidas pelo Congresso em Foco confirmaram que o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) conseguiu uma audiência fora da agenda com o Procurador-Geral da República (PGR), Augusto Aras nesta sexta-feira (5) para discutir sobre “liberdade de expressão”.
A assessoria do deputado foi procurada para confirmar se o encontro tratou especificamente do tema, mas ainda não houve reposta. Uma imagem compartilhada por Allan dos Santos pelo Telegram, no entanto, aponta que o filho do presidente recorreu ao PGR para tratar do assunto. Os deputados Douglas Garcia (PSL-SP) e Carla Zambelli (PSL-SP) também se manifestaram contra a suspensão do canal.
Outro membro do governo que se manifestou foi o Secretário de Cultura, Mario Frias, que determinou que a Secretaria Nacional de Direitos Autorais e Propriedade Intelectual notificasse o YouTube para explicar “os atos de suspensão de alguns usuários da plataforma”.
Em nota, o YouTube afirmou que todos os conteúdos na sua plataforma precisam seguir as diretrizes de comunidade. “O YouTube também se reserva o direito de restringir a criação de conteúdo de acordo com os próprios critérios. Caso uma conta tenha sido restringida na plataforma ou impossibilitada de usar algum dos nossos recursos, o criador não poderá usar outro canal para contornar essas penalidades”.
A plataforma de financiamento Eduzz, onde está hospedado o Terça Livre Premium, foi procurada, mas ainda não respondeu ao questionamento da reportagem.
O blogueiro Allan dos Santos é alvo de dois inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) e já foi alvo de operações da Polícia Federal (PF). Ele é acusado de disseminar fake news contra as instituições governamentais e oposicionistas da gestão de Jair Bolsonaro.