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Três chefes do tráfico voltam ao Rio de Janeiro

Os traficantes voltam ao recinto após mais de quatro anos em presídios federais

RIO DE JANEIRO – Três chefes do tráfico que cumpriam suas penas na Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, vão voltar para o Rio. Carlos Henrique dos Santos Gravini, o Rato, Magno Fernando Soeiro Tatagiba de Souza, o Magno da Mangueira, e Reinaldo Medeiros Ignácio, o Kadá, todos integrantes da maior facção do estado, chegam nesta segunda-feira ao estado escoltados por agentes do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). Eles estavam há pelo menos quatro anos no sistema penitenciário federal a pedido do governo do Rio. O retorno dos três foi determinado pela Justiça Federal do Rio Grande do Norte.

A chegada dos presos está prevista para às 10h30 no Aeroporto Tom Jobim num avião da Polícia Federal. Após o pouso, os traficantes serão encaminhados para o Complexo de Gericinó, na Zona Oeste. Todos os três são condenados a mais de 30 anos de prisão e, segundo a polícia do Rio, seguem enviando ordens, de dentro da cadeia, para seus subordinados nas favelas que dominam.

No caso de Kadá, o governo do Rio não solicitou a permanência do preso no sistema federal. Já quanto a Magno e Rato, houve pedidos pela manutenção dos traficantes fora do estado “com o fim de se evitar novas associações e articulações para a prática de crimes”. As solicitações, entretanto, foram negados pelo juiz Walter Nunes da Silva Junior, que argumentou que os presos apresentam bom comportamento no sistema federal.

Kadá usava a mulher para mandar ordens aos subordinados Foto: Marcelo Franco/20-9-2009 / Agência O Globo
Kadá usava a mulher para mandar ordens aos subordinados Foto: Marcelo Franco/ Agência O Globo

“A inclusão em presídio federal é uma medida excepcional e assim deve ser entendida. É uma medida drástica deslocar um preso para outro local longínquo, em um país das dimensões continentais como é o caso do Brasil”, escreveu o magistrado na decisão que determinou o retorno de Magno ao Rio.

Um dos presos é réu por abate de helicóptero

Magno da Mangueira foi um dos traficantes mais procurados do Rio na década de 1990, e é réu pelo abate a tiros de um helicóptero da Polícia Militar no Morro dos Macacos, em Vila Isabel, em 2009. Três PMs morreram na ocasião. O traficante estava no sistema penitenciário federal desde 2011.

Rato, que acumula penas que chegam a 65 anos de prisão, é apontado como mandante de uma série de tentativas de invasão da Cidade Alta, em Cordovil, desde 2016, quando o bando que chefiava foi expulso da favela. O traficante designou seu filho Wesley Henrique dos Anjos Santos, preso em 2017, como responsável pela retomada de seus antigos domínios, sem sucesso.

Rato ordenou invasões à Cidade Alta Foto: Reprodução
Rato ordenou invasões à Cidade Alta Foto: Reprodução

Já Kadá foi denunciado à Justiça em 2018, quando já estava preso em Mossoró, por chefiar o tráfico de drogas no Morro do Cavalão, em Niterói. De acordo com a denúncia do Ministério Público, o chefe do tráfico usava sua mulher, Monique Pereira de Almeida, para mandar ordens a seus subordinados na favela: “a função primordial de Monique na organização é a de repassar as ordens que são emitidas pelo chefe Kadá, ordens estas que são dadas quando Monique o visita na cadeia. Monique vai à penitenciária federal de segurança máxima de Mossoró várias vezes por mês, e possui até apartamento alugado próximo à unidade prisional”. Atualmente, quem gerencia o tráfico no Cavalão, segundo a polícia, é o filho de Kadá.

Por Rafael Soares (O GLOBO)

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